Neste feriado de finados um bravo grupo de expedicionárias e expedicionários desbravou as trilhas da Ilha da Magia com a orientação do fotógrafo Zé Paiva. Entre uma trilha e outra degustaram o melhor da culinária da ilha: camarões, anchovas, garoupas, linguados… Obviamente tudo regado com uma boa cerveja artesanal, que ninguém é de ferro. Foram muitas fotos e este é apenas o primeiro post sobre o assunto.
Pedra da Boavista
Praia da Galheta
Parque Municipal da Dunas da Lagoa da Conceição
Costa da Lagoa da Conceição
Costa da Lagoa da Conceição
Costa da Lagoa da Conceição
Costa da Lagoa da Conceição
No primeiro dia eles fizeram a trilha que sai da Praia Mole, passa pela Praia da Galheta (que é um Monumento Natural), sobe a Pedra da Boavista e termina na Fortaleza da Barra da Lagoa, onde almoçaram na beira do canal. No segundo dia eles fizeram a trilha da Costa da Lagoa da Conceição, a partir do secular engenho de farinha da Vila Verde, passando pelo casarão da Dona Loquinha até o restaurante do chef Jajá. No terceiro dia, devido ao mau tempo, a trilha do Gravatá foi trocada por uma sessão de edição e avaliação da fotos. Ano que vem tem mais!
O Somsilêncio da Imagem é nome da próxima exposição de Zé Paiva que vai abrir dia 30 de outubro às 19h na Galeria de Arte da ALESC, Assembléia Legislativa de Santa Catarina, onde fica até 16 de novembro.
A exposição foi inspirada nos haikais de Matsuo Bashô, um poeta japonês do século XVII, considerado um dos maiores escritores daquele pais. Os haikais são poemas curtos de 3 linhas, nos quais a primeira tem 5 sílabas, a segunda 7 e a terceira 5 novamente.
百里来たり caminhei cem léguas –
ほどは雲井の envolvido pelas nuvens
下涼み gozo a sua frescura
A exposição será composta por 16 obras, cada uma acompanhada por um haikai.
O texto de apresentação é do escritor Fábio Brüggemann e o design de Maurício Paiva. Para criar a identidade visual da exposição Maurício pesquisou a cultura japonesa e chegou num resultado muito interessante que lembra a caligrafia dos ideogramas orientais.
SERVIÇO
Abertura: 30 de outubro de 2018 às 19 horas.
Visitação: 31 de outubro a 19 de novembro das 7 às 19 horas.
No dia 19 de novembro Z’é Paiva estará a tarde recebendo o público.
Onde: Galeria de Arte da ALESC – Rua Jorge Luz Fontes 310 – Florianópolis SC
Este ano fui pela segunda vez ao famoso PEF – Paraty em Foco, o festival de fotografia de Paraty, que já está na sua 14ª edição (um dos mais antigos do Brasil). Os festivais de fotografia tiveram origem nas semanas de fotografia da FUNARTE na década de 80. Hoje temos vários festivais em diversas cidades do Brasil. Este ano já estive no FestFoto em Porto Alegre, inspirado no FotoFest de Houston, e estive também no BC Foto Festival, que foi em agosto em Balneário Camboriú.
Os festivais são muito interessantes pois além de você poder fazer workshops, leituras de portfólio, ver exposições, palestras e projeções, ainda tem a oportunidade de encontrar e conhecer fotógrafos do Brasil e até do exterior. Para um fotógrafo, seja profissional ou amador, é muito estimulante, além de eventualmente propiciar contatos para novos projetos.
Exposição dos ensaios premiados na Praça da Matriz.
Com os amigos Jacqueline Hoofendy e José Matarezi na exposição “Autorretrato, atalho para minha poética”, na Casa de Cultura.
Eu e Éder Chiodetto depois do seu workshop de curadoria.
Janela da Pousada Rosa, onde aconteceram os workshops e leituras de portfólio.
Alésio dos Passos no ensaio premiado “Iluminados, personagens da Ilha de Santa Catarina”.
Este ano entrei na convocatória para expor no PEF com o meu ensaio “Iluminados, personagens da Ilha de Santa Catarina”, que foi contemplado com o Prêmio FUNARTE Marc Ferrez em 2012. Para minha alegria recebeu menção honrosa no Paraty em Foco.
Maureen Bisilliat e Sergio Burgi – foto de Nereu Jr.
Apesar da escassez de patrocínios, o festival teve muitas atrações e convidados ilustres como a homenageada de 2018 Maureen Bisilliat, fotógrafa inglesa naturalizada brasileira, que exibiu seu ensaio “A João Guimarães Rosa” e participou da mesa “Equivalências”, onde foi entrevistada por Sérgio Burgi.
Eu tive a oportunidade de participar do workshop sobre Curadoria em Fotografia de Éder Chiodetto, considerado por muitos um dos mais importantes curadores de fotografia hoje no Brasil. Foi muito interessante e me ajudou bastante na edição do trabalho que vou exibir dia 30 de outubro na galeria da Assembléia Legislativa do estado de Santa Catarina: “O somsilêncio da imagem”.
Aluno em sala de aula ao ar livre na comunidade quilombola de Mumbuca, Jalapão, TO
O jornalista Richard Louv cunhou o termo “transtorno de deficit de natureza” para explicar a falta de contato que as pessoas estão tendo com os ambientes naturais e suas consequências. Muitas vezes problemas como deficit de atenção ou hiperatividade podem ser somente falta de contato com a natureza. Em algumas escolas americanas constata-se a alarmante taxa de 30% de alunos usando Ritalina (medicamento para combater estes sintomas). As pessoas em geral e as crianças principalmente estão cada vez mais dentro de ambientes fechados vivendo em mundos virtuais.
Você pode simplesmente levar seus filhos para caminhar no parque, ou fazer uma pequena horta em casa, ou ainda uma trilha de vez em quando. Será um bom começo. E se for você quem está com falta de contato com a natureza, podemos lhe ajudar com as photographic expeditions. organizadas por Zé Paiva em parceria com a Brazil Trails. São uma excelente alternativa para combater este problema. 🙂
Final de agosto fui a São Paulo para a sp-arte/foto, a maior feira de galerias de fotografia do Brasil, e aproveitei para ver duas grandes exposições: Irving Penn, no IMS, e German Lorca no Itaú cultural. Claro que acabei aproveitando para ir ao novo SESC da Avenida Paulista, onde vi uma exposição incrível de vídeo-arte de Bill Viola e conhecer a Japan House, também na Paulista. Mas nesse post vou me deter no assunto-título.
Irving Penn
Criado em 1992 em Poços de Caldas MG, o Instituto Moreira Salles conta com uma sede no Rio de Janeiro e desde setembro de 2017 com outra sede na Avenida Paulista. Tem um acervo fabuloso nas áreas de fotografia, literatura, música e iconografia, mas também gosta de cinema. A sede da Paulista impressiona. Além de uma arquitetura arrojada conta com vários espaços expositivos somando 1200 metros quadrados, café, livraria, cineteatro e uma enorme biblioteca dedicada a fotografia.
Eu confesso que conhecia pouco o trabalho de Irving Penn, achava que era um fotógrafo de moda de Nova Iorque. Na verdade ele foi um dos mais importantes fotógrafos do século XX e super eclético nos temas abordados. A exposição que está no IMS foi realizada pelo Metropolitam Museum de Nova Iorque ano passado para comemorar cem anos do nascimento do fotógrafo e conta com mais de 230 fotografias feitas em 70 anos de carreira. Me impressionaram principalmente as fotografias da série feita em Cusco, Peru, em 1948, e a série de cigarros, feita em estúdio em 1972.
German Lorca
Alguns passos adiante também na Avenida Paulista, está o Itaú cultural. O espaço homenageou os 70 anos de atividade do fotógrafo German Lorca com uma grande exposição retrospectiva. A exposição, com curadoria de Rubens Fernandes Jr., ocupa dois andares do instituto. A mostra apresenta um mosaico do seu trabalho, tanto publicitário quanto autoral. Lorca participou do famoso Foto Cine Clube Bandeirantes onde começou a desenvolver seus ensaios autorais no final dos anos 40. Através do seu trabalho pode-se ver a mudança das paisagens da capital paulista. Além de fotografias a exposição também apresenta diversas câmeras e objetos pessoais do artista.
A grande surpresa foi encontrar Lorca quando eu visitava a exposição. Ele estava sentado logo na entrada e conversamos durante um longo tempo, obviamente sobre fotografia. Aos 96 anos ele continua em atividade e já fotografa com celular.
Na recente viagem que fiz aos Estados Unidos, entre julho e agosto, encontrei com alguns homens notáveis. O título deste post inspirou-se no livro homônimo do mestre armênio do início do século XX, Gurdjieff. Na verdade também é uma forma de homenagear estes mestres que tive a felicidade de encontrar.
Kazuaki Tanahashi
Mestre Kaz com meu livro “Expedição Tocantins” e eu com o seu livro “Painting Peace”.
O primeiro encontro foi com Kazuaki Tanahashi, ou simplesmente Kaz Sensei, em Berkeley, Califórnia. Artista, mestre do Zen budismo, tradutor, editor, escritor e ativista anti nuclear, ele esbanja jovialidade do alto dos seus 85 anos. Eu o havia conhecido em junho quando esteve no Brasil para exposições, oficinas e retiros, trazido pelo CEBB. Fotografei sua passagem pelo Rio Grande do Sul e ficamos amigos. Perguntei se poderia conhecer seu estúdio quando fosse aos Estados Unidos e ele, depois de um momento de silêncio, para minha surpresa disse: maybe you can have dinner with us (talvez você possa jantar conosco). Dito e feito. Final de julho estávamos na sua casa para um jantar memorável na companhia de sua esposa Linda.
Depois do jantar ele nos convidou para conhecer seu estúdio e as obras que havia feito naquele dia. Foi emocionante conhecer seu espaço de criação e toda a simplicidade e poesia deste grande mestre.
Kim Weston
Eu e Kim defronte a escrivaninha usada por seu avô Edward Weston.
O segundo encontro foi com Kim Weston, fotógrafo e neto de Edward Weston, um dos meus grande mestres. A fotografia já está na família por quatro gerações. Kim mora em Wildcat Hill, a casa onde Edward morou na última parte de sua vida. Weston foi considerado um dos maiores fotógrafos do século XX. Morou alguns anos no México onde conviveu com Diego Rivera, Tina Modotti e outros artistas da “Renascença mexicana”. Foi emocionante conhecer a casa, ver as obras e inclusive o laboratório onde trabalhou uma dos grandes mestres da fotografia.
Frans Lanting
Lanting e eu no seu escritório em Santa Cruz, Califórnia.
O terceiro encontro, com Frans Lanting, foi inesperado. Colaborador da National Geographic, já realizou grandiosos projetos pessoais como por exemplo “Life: a journey through time”, no qual conta a história da vida na Terra através da fotografia. Lanting é considerado hoje um dos maiores fotógrafos de natureza do mundo.
Antes de sair do Brasil eu havia escrito para a secretária de Frans Lanting mas ela me disse que ele não estaria em Santa Cruz (onde fica seu escritório) nessa época. Quando chegamos lá, ela disse que ele estava, mas não poderia nos receber pois estava numa reunião. Ficamos olhando a galeria e para nossa surpresa, ele desce as escadas de bermuda e chinelo! Nos recebeu com a simplicidade de um mestre e ainda ganhei um livro seu de presente.
A Expedição Fotográfica Jalapão 2018 contou com belas vistas, guias competentes e uma programação para lá de especial. Mas para aproveitar tudo isso foi essencial termos contado com um grupo de expedicionários cheios de talento e sedentos por aventura.
Selecionamos algumas fotografias e relatos desse grupo que deixou o Jalapão já com saudades:
This expedition was a combination of off-road trails, stunning scenery, hiking, bathing in waterfalls and springs, regional culinary flavors, companionship and lots of photography. The technical details were very well balanced and the organization of the entire route was impeccable. It was one of the best photography expeditions I have ever been on and a unique and remarkable experience to have spent four intense days with everyone!
Cláudio Tarta – Porto Alegre, RS.
Uma surpresa. Já tinha alguma ideia e informação mas foi além da expectativa.
Ronaldo Dias Andrade – Florianópolis, SC.
Maravilhosa! Muito mais do que uma experiência fotográfica! Foi uma vivência de integração total com a natureza, de contemplação dos lugares mais incríveis e com pessoas cheias de afinidades (amor pela fotografia, pela natureza, etc.). Momentos guardados para o resto da vida!
Bruna Lopes – Rio de Janeiro, RJ.
Seguem outras fotos do grupo. A Expedição Jalapão aconteceu no fim de Junho. Clique aqui para conferir o post com o relato e fotos de Zé Paiva. Ano que vem tem de novo, fiquem atentos a nossa programação!
No dia 14 de julho (sábado) Zé Paiva esteve na Escola Câmera Criativa para ministrar esta divertida oficina. Durante a manhã Paiva mostrou alguns exemplos, referências e explicou a teoria do light painting. Já a tarde estava reservada para o grupo por em prática essa técnica. A primeira parte foi no estúdio da escola. O resultado foram os mais variados (e coloridos) retratos do grupo:
No que o sol caiu, foi a vez do gran finale. A turma deslocou-se para as margens da Lagoa do Peri, no sul da Ilha de Santa Catarina. Lá foi a vez de revelarem-se universos únicos com a ajuda dessa técnica original:
Não deixem de conferir o site e seguirem as redes sociais da Escola Câmera Criativa para conferir todos os cursos que a escola oferece. Para quem estiver interessado em aprender com o fotógrafo Zé Paiva, a escola já está oferecendo mais uma oportunidade. Já estão abertas as inscrições para o curso de Fotografia de Natureza que acontecerá entre os dias 21 e 24 de Setembro. Cliquem aqui para saber mais.
Passei oito dias seguindo os passos de dois grandes mestres da fotografia: Ansel Adams e Edward Weston. Durante toda minha carreira aprendi muito com eles através dos livros. Finalmente chegou a hora de conhecer e fotografar os lugares onde eles viveram e se inspiraram, o Parque Nacional de Yosemite, P. N. das Sequóias e Big Sur.
Saímos de San Francisco e começamos pelo Yosemite, onde Ansel Adams viveu e trabalhou alguns anos. Infelizmente o Yosemite Valley, onde ficava a casa de Ansel, que hoje é uma galeria de fotografia, estava fechado devido à um incêndio nas proximidades. Mesmo assim aproveitamos bastante passeando em Tioga Road e Hetch Hetchy Valley.
Em seguido descemos para o sul até o Sequóia National Park, onde as florestas gigantes nos esperavam. Ali moram as maiores árvores do mundo entre elas General Sherman, a recordista. Os números impressionam: 1385 toneladas, 2200 anos, 11 metros de diâmetro e 84 metros de altura!
De lá cruzamos o estado rumo oeste em direção ao Oceano Pacífico. No caminho uma vinícola orgânica. Na costa San Simeon, onde fotografei algas gigantes de cima de um enorme pier sobre o mar.
Dali seguimos rumo norte pela Highway 1 por uma região conhecida como Big Sur. Uma estrada que serpenteia por escarpas rochosas sobre o azul do Pacífico. Em Carmel visitamos a casa onde viveu o mestre da fotografia Edward Weston. Hoje moram lá seu neto e seu bisneto, Kim e Zach. Quatro gerações de fotógrafos.
Para fechar com chave de outro um encontro com meu mestre Frans Lanting em Santa Cruz, no caminho de volta a San Francisco. Todas as fotos acima estão disponíveis em impressões fine art (papel Canson, pigmentos minerais, tiragem limitada). Até o final do mês estão em pré venda com desconto de 30%. Interessados enviem email para vista@vistaimagens.com.br para mais informações.
No final de semana de 29/junho a 1º/julho Zé Paiva ministrou a oficina de fotografia contemplativa no CEBB (Centro de Estudo Budistas Bodisatva) de Porto Alegre RS. Foi a segunda oficina desse tipo facilitada por ele. A primeira foi ano passado na Oikos em Criciúma SC. A oficina propôs aos participantes um novo olhar através de práticas meditativas e referências dos mestres Chogyam Trungpa Rimpoche, Sensei Kazuaki Tanahashi e Lama Padma Samten. A saídas a campo foram no belíssimo Parque Farroupilha, também conhecido como Parque da Redenção, vizinho ao CEBB. Vejam abaixo as fotos dos participantes.