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Novidades sobre o workshop – últimas vagas

Caros amigos

Acabei de sair de uma entrevista no programa studio 36 da TV Com (RBS) em Florianópolis sobre o workshop que vou ministrar este fim de semana, 10 e 11 de julho. Como infelizmente (ou felizmente) o Brasil está fora da final da copa do mundo de futebol, podemos alterar a nossa programação e aproveitar o dia todo de domingo para a nossa aula prática. As vagas estão no final pois a turma é limitada pra que eu possa dar atenção a todos na aula prática.

Aula prática no Parque Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição durante o Festival Floripa na Foto.

Minha proposta é iniciar a saída a campo domingo como tinha programado, as 6h30, mas no Parque das Dunas da Lagoa da Conceição, onde poderemos provavelmente encontrar avifauna nas lagoas formadas entre as dunas móveis, fixas e semi-fixas, banhadas pela bela luz do amanhecer. Depois de algumas horas de prática, poderemos encaminharmo-nos para o sul da ilha, onde, depois de uma lanche reforçado no ótimo Nutri Lanches, faremos a trilha da Gurita, no Parque Municipal da Lagoa do Peri, que termina na mais bela cachoeira de Florianópolis. Na volta ainda podemos nos deleitar com o por-do-sol nas margens da Lagoa do Peri. Parece bom? Vai ser ótimo, o domingo promete sol e muitas fotos.

Trilha da Gurita (Cachoeira da Gurita) , Parque Municipal da Lagoa do Peri, Florianopolis

Data: 10 e 11 de julho de 2010

Valor:  R$250 que pode ser pago em duas vezes

Inscrições: Secretaria da Univali – unidade Ilha – fone 48 3234 1233 ou no e-mail    extensao@univali.br

Endereço: Rodovia SC 401 km 5 Business Decor – Florianópolis, SC

Workshop – fotografia de natureza

Caros amigos

Dias 10 e 11 de julho estarei ministrando mais um workshop de fotografia de natureza em Florianópolis. Será o último workshop antes de começar o meu novo projeto: Expedição Natureza do Tocantins. Imediatamente após este workshop, dia 13 de julho, viajo para Palmas para iniciar a primeira expedição, onde documentarei o norte do estado – árvores petrificadas, quebradeiras de babaçú e a maior cratera de meteorito da América do Sul. Meu próximo workshop, depois deste, será em Porto Alegre, na escola Câmera Viajante, final de outubro.

Oficina de fotografia de natureza durante o Festival Floripa na Foto, Dunas no Parque Estadual do Rio Vermelho, Florianópolis, Santa Catarina

O programa deste workshop é o seguinte: sábado dia 10, estaremos vendo com profundidade todos os conceitos relativos ao assunto fotografia de natureza: histórico, planejamento, equipamento, luz, composição e comportamento. Tudo apoiado por projeções de imagens minhas e de grandes mestres. Esta aula será na Univali, campus Ilha, o dia inteiro.

Domingo teremos uma saída a campo para praticar tudo que foi discutido e um pouco mais. Sairemos em micro-ônibus as 6h da manhã da Univali para iniciar nosso trabalho nas dunas dos Ingleses as 6h30, quando o sol estará nascendo e as aves em plena atividade. Passaremos pela favela do Siri (encravada nas dunas) e por diversas lagoas. Aliás, é bom lembrar que as lagoas formadas no interior das dunas fixas e móveis, são um criadouro de aves migratórias e residentes. Atravessando as dunas sairemos na Praia do Santinho rumo ao sul, percorrendo a trilha que acompanha o costão, passando por penhascos e inscrições rupestres até chegar a Praia do Moçambique, onde o micro-ônibus estará nos esperando. No total faremos 6 quilômetros de caminhada de nível médio, que não exige grande preparo físico para ser realizada.

Aqueles que estão preocupados com uma possível final da Copa do Mundo com a participação do Brasil e não querem perder isso não se aflijam, pois até a hora do jogo teremos tempo suficiente para fotografar e caminhar por este cenário deslumbrante. Caso o Brasil não chegue a final (toc toc toc) podemos estender a saída além do horário.

Vista aérea das dunas dos Ingleses e Morro das Aranhas a direita, ao fundo a Praia do Santinho, Florianópolis SC.

A avaliação das fotos obtidas será feita virtualmente através do grupo que mantenho no FlickR para esta finalidade. Aguardo todos os amantes da fotografia e da natureza que quiserem aprimorar seus conhecimentos, discutir novos caminhos ou simplesmente compartilhar esta vivência na bela natureza da Ilha de Santa Catarina.

Data: 10 e 11 de julho de 2010

Valor:  R$250 que pode ser pago em duas vezes

Inscrições: Secretaria da Univali – unidade Ilha – fone 48 3234 1233 ou no e-mail    extensao@univali.br

Endereço: Rodovia SC 401 km 5 Business Decor – Florianópolis, SC

Imago – novo livro de Felizardo

Rolodex, de Luiz Carlos Felizardo

O grande fotógrafo portoalegrense Luiz Carlos Felizardo lança em julho, seu novo livro Imago, que reúne textos do autor publicados na revista Aplauso, onde é colunista desde 2001. O título é produzido pela Lathu Sensu e financiado pelo FUMPROARTE. Aqui no blog você pode conferir um destes textos, intitulado “Reduto de Artistas“, sobre o meu livro Natureza Gaúcha e sobre o livro Porto Alegre de Eurico Salis.

Para Felizardo, a fotografia “É um mundo vasto, sim. É uma das poucas formas de produção de imagens que pode ser feita e entendida ou como registro histórico, ou documento, ou informação jornalística, ou instrumento de pesquisa científica — ou arte. E, frequentemente, é mais de uma coisa ao mesmo tempo.”

Nascido em 1949, Luiz Carlos Felizardo estudou na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) entre 1968 e 1972, ano em que deixou o curso e passou a dedicar-se exclusivamente à fotografia. Utilizando câmeras de grande formato, produziu obras reconhecidas internacionalmente nas áreas de fotografia de paisagem e arquitetura.

A partir de 1975, realizou mostras individuais em diversas cidades brasileiras, em Buenos Aires e La Plata, na Argentina, e em Montevidéu, no Uruguai. Participou também de coletivas internacionais em países europeus, como La Fotografía Iberoamericana, em Madrid; Brasilianische Fotografie, na Alemanha; e Fotografía Brasileña: Historia y Contempo-raneidad, em Portugal. Em 1991 e 2006, teve  imagens selecionadas para integrarem o acervo da Coleção MASP/Pirelli.

O lançamento de “Imago” acontece às 19 horas de 6 de julho, no restaurante Moeda do Santander Cultural, na rua 7 de Setembro,  1028, em Porto Alegre.

National Parks – the american experience

O título acima é de um livro escrito por Alfred Runte, que já está na quarta edição. O autor é Ph.D. no assunto história ambiental e tem vários livros publicados sobre o tema. A capa, num estilo retrô (design de Neil Caterill) é um detalhe de uma pintura  de Thomas Moran chamada Grand Canyon do Arizona de Hermit Rim Road, de 1913.

National Parks - The American Experience - Alfred Runte

A novidade é que nesta edição o autor usou uma foto minha do Salto Morato, que fiz ano passado para a Fundação Boticário de Proteção a Natureza, que administra a Reserva onde está o Salto. A foto ilustra o epílogo, onde o autor fala sobre o futuro dos Parques Nacionais.

Cachoeira "Salto Morato", Reserva Natural Salto Morato

Palestra Na UNIVALI

Caros amigos, amanhã dou um palestra sobre o meu trabalho na UNIVALI, Universidade do Vale do Itajaí, Campus de Florianópolis. Eles tem um curso de graduação em Fotografia e daí surgiu o convite. No Festival Floripa na Foto tive vários alunos deste curso e gostei muito do pessoal. Aliás, prometo em breve um post sobre o Festival, que estava ótimo. Apareçam na palestra, é aberta ao público!

Floripa na Foto

Começa hoje o Festival de fotografia Floripa na Foto. Uma bela iniciativa da Duo Arte (leia-se Lu Renata e Lucila Horn) viabilizada através do edital Elisabeth Anderle da Fundação Catarinense de Cultura. A partir de hoje haverá uma infinidade de palestras, oficinas, workshops (alguém sabe a diferença?), foruns, e outras atrações com grandes nomes da fotografia brasileira (imperdível). Eu estarei ministrando uma oficina sobre fotografia de natureza (já esgotada, inclusive a turma extra). Aqueles que ficaram de fora não se aflijam, pois no início de julho vou dar uma oficina de dois dias na UNIVALI campus Florianópolis (SC 401), em parceria com o curso de graduação em fotografia. Breve mais informações.

Hoje as 19h30 é a abertura do evento que acontece no Centro de Eventos da UFSC com a palestra do Evandro Teixeira sobre os seus 50 anos de fotojornalismo. Na palestra, Evandro traça um panorama dos momentos históricos no Brasil e na América Latina onde registrou cenas da ditadura militar como a “Passeata dos Cem Mil”, que retrata o célebre protesto contra a ditadura militar no Brasil ocorrida em 1968, a queda do governo Allende no Chile, além de cobertura em Copas do Mundo e Jogos Olímpicos.

Foto de Evandro Teixeira para o livro "Canudos 100 anos".

Entrevista com Fábio Colombini

Esses dias entrevistei  Fábio Colombini, um dos maiores especialistas em fotografia de natureza no Brasil, especialmente macro fotografia. A entrevista, que reproduzo abaixo, foi publicada no blog do festival Floripa na Foto, que acontece em maio aqui em Florianópolis, com alguns dos maiores nomes da fotografia brasileira, colocando a cidade no roteiro dos festivais que assola o país.

Zé Paiva – Quando começou teu interesse pela natureza, foi ainda quando criança? E a fotografia, em especial a de natureza, como entrou na tua vida?

Fabio Colombini – Sim, começou bem cedo. Me lembro de aos 5 anos observar intrigado e maravilhado uma asa de borboleta que caiu no quintal de casa. A fotografia entrou como um meio de registrar e compartilhar as cenas que via numa região vizinha a Atibaia-SP, onde meus pais tinham uma casa. Praticamente todo fim de semana íamos para lá, e minha diversão de adolescente era procurar e fotografar os insetos.

Zé Paiva – Como foi a mudança da arquitetura e da publicidade para a fotografia?

Fabio Colombini – Apesar do amor à fotografia de natureza, com 16 ou 17 anos não conseguia enxergar um futuro viável como fotógrafo profissional, então optei por uma formação mais tradicional, sendo a arquitetura um equilíbrio entre a arte e a técnica. Busquei também a publicidade pelo uso da criatividade e comunicação pela imagem. Mas durante a universidade fiz um curso paralelo autodidata, dedicando todo meu tempo livre ao estudo da fotografia e da biologia. Antes de me formar já estava fazendo meus primeiros trabalhos na área, vislumbrando a real possibilidade de ser fotógrafo.

Zé Paiva – Como voce viabiliza teu trabalho de natureza? Você faz trabalhos comerciais também?

Fabio Colombini – Hoje, depois de 23 anos de profissão, meu nome e trabalho estão bem consolidados no mercado, e tenho possibilidade de restringir minha atuação somente na fotografia de natureza. Mas nos primeiros anos de carreira, o esforço para abrir contatos e conquistar clientes foi muito árduo. Fiz trabalhos na área de agricultura e institucional, mas que foram importantes para poder investir em meus ensaios e produções particulares.

Zé Paiva – Qual a sua inspiração? Quais artistas te inspiram? Que obras te marcaram? Livros, fotos, pinturas, filmes… enfim.

Fabio Colombini – O fotógrafo de natureza Haroldo Palo Jr. foi minha inspiração inicial, por se tratar de um pioneiro da fotografia de natureza no Brasil – uma palestra sobre seu trabalho no Pantanal no cursinho que eu estudava foi fundamental para meu incentivo. Dentre as inúmeras obras que li, marcou-me muito o trabalho de Eliot Porter, que enfocava fragmentos da paisagem, grafismos, detalhes de solo. E também o de Stephen Dalton, com imagens de insetos voando capturadas com flashes de alta velocidade. Tenho também grande admiração pelas colagens de Matisse, pela arte de Volpi, Miró, do artista sacro Claudio Pastro, que certamente contribuem para a educação do olhar para a beleza.

Zé Paiva – Qual foi a maior roubada durante um trabalho fotográfico, quero dizer, a situação mais complicada que você já enfrentou?

Fabio Colombini – Já vivi várias situações complicadas como encalhar no Pantanal, me perder na Caatinga, ficar sem água no Raso da Catarina, ser coberto por centenas de picadas de carrapatos, cair em cachoeira, provocar tendinite por excesso de esforço, quebrar motor de barco em alto e agitado mar. Mas houve uma situação em que meu carro literalmente afundou na areia mole da desértica praia de Cassino-RS, afastado 15 km da cidade, sozinho, anoitecendo, e com a maré subindo. Felizmente apareceram 12 pescadores com um caminhão para me ajudar.

Zé Paiva – Como você resumiria teu fluxo de trabalho, teu processo, desde o planejamento até a criação?

Fabio Colombini -Desde o início de minha carreira conto com a sociedade de minha esposa, o que me permite viajar e  concentrar mais nos assuntos fotográficos, enquanto o estúdio continua atendendo aos clientes. Apesar disso, a maior parte do trabalho é em frente a um computador, como qualquer escritório, dedicando ao tratamento de imagens, identificação, organização, contratos, propostas, etc. Quando não estou atendendo a pedidos específicos de produção fotográfica, planejo expedições a lugares e santuários ecológicos em que nunca estive, que desejo aprofundar um trabalho pessoal, ou que têm sido mais procurado por meus clientes. Viajo com determinados objetivos e pautas, mas na fotografia de natureza é fundamental estar aberto e preparado para a boa surpresa ou decepção.

Zé Paiva -O que te motiva no teu trabalho pessoal?

Fabio Colombini – Motiva pensar que temos uma natureza exuberante em nosso país e que pouco se sabe ainda sobre ela. Motiva sempre estar descobrindo coisas novas para fotografar e jeitos novos de fotografar coisas velhas. Motiva sempre me surpreender e encantar pela natureza e conseguir enxergar Deus através dela. Motiva saber que faço um trabalho útil para a sociedade, ajudando na educação, conhecimento científico e preservação ambiental.

Zé Paiva -Qual foi o trabalho ou a imagem que você produziu que mais te marcou?

Fabio Colombini -Creio que foi a do fenômeno da bioluminescência no Parque Nacional das Emas. É um acontecimento raro, que acontece numa época específica do ano. Larvas de vagalume habitam cavidades nas paredes dos cupinzeiros, e como há uma enorme quantidade deles nos campos do parque, a visão é incrível – milhares de pequenas e tênues luzes na paisagem noturna. Como não havia ainda a câmera digital, o trabalho exigiu que ficasse algumas noites produzindo imagens de longa exposição, no silêncio e solidão do cerrado, sem a certeza de que o trabalho estava dando certo. Cada vez que olho os cromos produzidos, lembro-me exatamente das sensações vividas.

Zé Paiva -Qual o lugar no Brasil que você considera o mais belo ou o mais sagrado? Você tem um lugar secreto? E no mundo?

Fabio Colombini -Tenho dedicado minha atuação especialmente no Brasil, uma vez que temos a maior biodiversidade do mundo. Há lugares que considero preciosos, como a Chapada Diamantina nos seus rios, pedras, cavernas, cachoeiras, plantas; ou Fernando de Noronha nas suas praias, aves, tons de azuis, tartarugas, peixes. Mas a Mata Atlântica é o lugar especial para mim, na caótica e harmoniosa combinação de verdes, formas, folhas, águas, insetos, fungos. É lá que encontro o Sagrado, a Beleza, o lugar secreto e discreto que não canso de admirar.

Karol e Torben – Outsiders

Esses retratos eu fiz pra revista Go Outside, uma versão brasileira da homônima estadunidense. Eles tem um prêmio chamado Outsiders para os melhores esportistas brasileiros. Nesta edição da revista a proposta era fazer uma brincadeira fotografando os atletas bem de cima numa situação que lembrasse o seu esporte mas que ao mesmo tempo fosse surreal.

Karol Meyer nasceu no Recife mas mora em Florianópolis. Ela detém o recorde mundial de apnéia com a marca impressionante de 18min32s59 e chegou aos 100 metros de profundidade no mergulho livre de lastro variável. A sessão de fotos com ela foi num estúdio emprestado num dia de calor absurdo. Ela pôs a sua roupa de neoprene azul e passou um calor do cão, pois só tínhamos um ventilador pequeno para amenizar a situação. Mesmo assim resistiu bravamente e fizemos o ensaio. O briefing do pessoal da revista pra Karol era ela meditando em lótus com uns aquários redondos como se fossem bolhas de ar dentro d’agua. Eu sugeri usarmos uma máquina de fazer bolhas de sabão dessas que usam em festas infantis, o que deu um resultado bacana. A pose na hora acabamos mudando para dar mais movimento na imagem.

Karol Meyer, recordista mundial de mergulho livre.

Torben Grael, o maior colecionador de medalhas olímpicas na vela, é de São Paulo. Ele estava num estaleiro em Itajaí reformando seu veleiro particular, onde fui fazer o seu ensaio. Pensava em usar uma vela colorida no fundo e acrescentar algum elemento naútico. Ele gostou da idéia e me mostrou uma vela amarelo-gema que achei ótima, e na sequência me mostrou seu timão. Usamos ainda um cabo e estava feito o cenário. Enquanto eu e minha assistente Francine arrumávamos o set no lado de fora do galpão, uma nuvem negra começou a se aproximar. Senti que não teríamos muito tempo e como o Torben estava com a mão na massa reformando o seu barco deixei para chama-lo quando estivesse tudo pronto. Esticando a vela sobre um lona que pusemos sobre o chão de paralelepípedos entrou um rajada de vento que inflou um pouco o tecido leve do balão (vela enorme usada para vento de popa). Pensei que isso poderia dar um movimento interessante na hora da foto. Chamei o Torben e quando começamos as fotos começou também a chuva. Tivemos exatos 3 minutos para fotografar, o que rendeu 19 fotos. Imaginem a adrenalina. Ainda bem que deu tudo certo e a foto foi aprovada.

Torben Grael, velejador medalhista olímpico.