veja como foi a expedição cânions 2022

Nossa quinta Expedição Fotográfica Cânions do Sul começou em 14 de maio com uma sessão de light painting na primeira noite, no Lago do Cambará Eco Hotel. No dia seguinte o tempo não estava muito animador mas depois do delicioso café da manhã no hotel pegamos a estrada rumo ao Cânion Fortaleza. Graças a nossa perseverança (e dedicação, fomos um dos primeiros carros a chegar lá) o tempo foi abrindo aos poucos e o cânion revelou-se com toda sua majestade. Até alguns raios de sol deram o ar da graça. Depois de nos fartarmos de fotografar do mirante começou a chover de novo e descemos a trilha até o carro. Chegando lá a chuva parou novamente e fizemos nosso piquenique. Encaramos a outra trilha, a da Cachoeira do Tigre Preto e foi parecido. Depois de muitas fotos da cachoeira e da pedra do segredo, começou a pingar de novo.

No segundo dia começamos pelo Cânion Itaimbezinho. Depois de uma aurora chocha com tempo fechado o sol abriu e nos brindou com uma luz maravilhosa. Foi um dia de muitas fotos na trilha do Cotovelo e na trilha do Vértice. Depois de um piquenique fomos encontrar meu amigo fotógrafo Egon Filter, que fundou o centro de referência em astro fotografia lá em Cambará do Sul. Chegamos a tempo de fotografar a lua cheia nascendo, o que compensou um pouco a frustração de não ter visto o eclipse na noite anterior por conta do tempo fechado. Depois disso fomos saborear maravilhosas trutas do Chef Marcos Barber acompanhadas de um bom vinho.

No terceiro e último dia, fomos à Cachoeira dos Venâncios, que estava bem cheia devido as chuvas. Estava linda e nos divertimos fotografando. Resumindo nossa Expedição fotográfica: não desista, pois entre uma chuva e outra pode aparecer a luz ideal para a sua fotografia. Além disso, se treinarmos nosso olho para estar sempre atendo, podemos descobrir boa imagens até num dia chuvoso.

Canela natural

A cidade de Canela, na serra gaúcha, é bem conhecida, juntamente com sua irmã Gramado, pelas atrações turísticas. O que nem todos sabem é que, além dos parques temáticos, das fábricas de chocolate, dos restaurantes e da Cascata do Caracol, a região tem uma natureza exuberante que vale muito a pena conhecer.

A serra gaúcha está inserida dentro do bioma Mata Atlântica e a paisagem mais típica da região é a Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como Floresta de Araucárias. A araucária, ou pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia), é o único pinheiro nativo do Brasil. Todos os outros pinheiros que encontramos por aqui são espécies exóticas, ou seja, foram trazidas de outros países da Europa ou América do Norte.

As araucárias são angiospermas, ou seja, árvores que tem sementes mas não tem flores nem frutos. As sementes, conhecidas como pinhões, são muito apreciadas na região sul, sejam cozidas, na chapa, ou em outras receitas. As araucárias só ocorrem na região sul e eventualmente em Minas Gerais e São Paulo, pois precisam de frio para crescer.

Infelizmente as araucárias foram intensamente devastadas nos anos 50 e 60 pois sua madeira era muito usada para construção e hoje em dia restam menos de 3% da área original dessa floresta. Saiba mais sobre o assunto no site da APREMAVI.

Parques Nacionais – SUL – Cânions e cataratas

Mais um belo lançamento da Editora Terra Virgem, do meu amigo e grande fotógrafo Roberto Linsker (confiram o blogue dele, vale a pena). Este livro é o quarto da série Tempos do Brasil, uma coleção que trata da história natural e ocupação humana de algumas das regiões mais interessantes do Brasil. A abordagem é feita em três tempos: o tempo geológico – medido em milhões de anos – conta a história da formação da paisagem do lugar; o tempo biológico – medido em milhares de anos – conta a história da vida naquele mesmo lugar; e finalmente, o tempo humano – medido em séculos – que relata a ocupação desta paisagem. Isto tudo é feito de modo científico e didático, tornando a informação interessante e recheada de belas fotos. Os outros títulos da série foram sobre Fernando de Noronha, Chapada Diamantina e Itatiaia.

Neste livro, onde além de fotos encontram-se textos, diagramas, mapas, ilustrações antigas, tudo para contar bem contada a história da paisagem do sul do Brasil,  tenho o prazer e a honra de participar com 30 imagens que estão entremeadas às belíssimas imagens do Roberto. Confiram que vale a pena.

 

Rio Canoas ao luar, Urubici, Santa Catarina. Foto de Zé Paiva - Vista Imagens

“Afinal, todo parque é uma declaração de amor à paisagem e a tudo que nela existe: a flora e o vento, a fauna e a neblina, a chuva e ao brilho do sol, a sutil luz da lua, o silêncio das estrelas e o barulho das águas.” (extraído do livro)

Dia da Árvore

No dia das majestosas esculturas do tempo – as árvores – uma singela homenagem deste fotógrafo:

Calma, calma, árvore de ar risonho.

O que rápido surge se desfaz como sonho.

Só lentamente pode o nobre revelar-se,

só lentamente pode o duradouro formar-se.

Fritz Müller (naturalista alemão que viveu em Santa Catarina no século XIX – tradução de Dennis Radünz)

Araucaria "Araucaria angustifolia", Coxilha Rica, Lages, Santa Catarina
Araucaria "Araucaria angustifolia", Coxilha Rica, Lages, Santa Catarina

Natureza Serrana

Este é o nome da exposição idealizada e executada pela ONG ambientalista Instituto Serrano com patrocínio da Fundação Boticário. A coordenação geral é de Jordan Wallauer e a direção de arte é do meu amigo Juan Rivas, designer e fotógrafo uruguaio radicado há muitos anos no Brasil e dono do fantástico Refúgio de Montanha Rio Canoas em Urubici, onde também é a sede do Instituto. Cedi algumas imagens para este trabalho e ainda não vi pessoalmente mas pelas fotos o resultado ficou excelente.

A proposta é mostrar os ecossistemas da região serrana do sul do Brasil de uma forma multimídia, integrando imagens, textos, vídeos e instalações. Uma prova de que arte e ciência juntas podem proporcionar uma experiência sensorial mais completa e sensibilizar o público de outras formas que as convencionais. Abaixo algumas fotos e um texto extraído do site do Instituto.
araucaria

“O acervo da Exposição Natureza Serrana é constituído por fotografias de paisagens, de formações geológicas, da vegetação e da fauna dos ambientes serranos do Sul do Brasil. Também são expostas amostras de rochas, de fósseis, de plantas e de animais, em especial uma secção de tronco de araucária preparado para possibilitar a identificação da idade da árvore e algumas peculiaridades de sua história de vida, e um ninho de ema ou ñandú. Aquários fazem parte de um experimento utilizado para demonstrar como os aqüíferos subterrâneos armazenam água; e da exposição de um perfil vertical de uma turfeira para explicar como, através de seu estudo microscópico, pode-se saber como era o clima da região em épocas passadas (desde 10.000 anos). Duas telas de cristal líquido (LCD) apresentam slides shows sobre aves dos ambientes serranos e sobre o Calendário Cósmico, uma condensação de 13 bilhões de anos em apenas 365 dias, proposta pelo astrônomo norte-americano Carl Sagan, livremente adaptada para a nossa realidade.”
foto de puma

fosseis

aquiferos