Em junho tivemos nossa primeira Expedição Fotográfica Amazonas. Na verdade foram duas, pois tivemos duas turmas seguidas fazendo esse mesmo roteiro. Foi também nossa primeira expedição embarcada, toda ela num barco regional adaptado para este tipo de viagem. Nosso roteiro subiu o Rio Negro a partir de Manaus para explorarmos o Parque Nacional de Anavilhanas, que contém o segundo maior arquipélago fluvial do mundo, e a região no seu entorno.
Começamos com uma visita a Aldeia Utapinopona da etnia Tuyuka, há cerca de duas horas de barco de Manaus subindo o Rio Negro. Lá fomos recebido pelo pajé Buabi e assistimos um ritual de dança e cantos tradicionais seguidos de uma degustação de comidas indígenas. Passamos a noite fundeados no Sítio Palmeiral, uma reserva do comandante do barco, Miguel Alegre, um catalão radicado há mais de 15 anos no Amazonas.
No dia seguinte, depois de acordarmos com uma sinfonia de xexéus e outras aves, fomos fazer uma trilha em terra firme. Os xexéus são aves muito interessantes. Eles fazem seus ninhos numa árvore muito próxima ao lugar onde atracamos o barco. Estes ninhos são tecidos em palha e formam um espécie de saco pendurado no galho. Outra curiosidade é que eles imitam o canto de várias outras aves.
Na trilha encontramos uma gigantesca tanimbuca, uma árvore típica da região. Depois do almoço seguimos viagem para Anavilhanas. Chegando lá saímos para um passeio de voadeira (lancha de alumínio com motor de popa). Avistamos orquídeas e muitas aves e voltamos ao barco sob um magnífico por de sol. A noite fizemos uma saída noturna de voadeira para apreciar o céu estrelado de lá, longe de qualquer poluição luminosa das cidades.
No dia seguinte acordamos cedo para sair para ver o sol nascer de dentro do rio. Vimos também papagaios, araras, pica-paus e águias, entre outras aves. Depois do almoço zarpamos rumo ao Rio Ariaú. Antes paramos no lago Acajatuba, onde tivemos uma experiência com o famoso boto rosa. Foi num flutuante (tipo de uma balsa com uma casa em cima) onde uma família de ribeirinhos chama os botos e oferece alguns peixes. Essa atividade é regulamentada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Eles tem um limite de tempo, de peixes e de pessoas para cada grupo que visita. Nesse dia estava somente o nosso grupo e ainda nos dividimos em duas turmas para não estressar os bichos. Foi emocionante conhecer de perto esse belíssimo animal.
No outro dia assistimos o amanhecer no meio do rio, que aqui é bem largo. Depois do café da manhã, adentramos o Rio Ariaú. Nosso primeiro encontro foi com um bando de macacos caiarara (um espécie de macaco prego). Nosso segundo encontro foi com um bando de macacos-de-cheiro. Nosso terceiro encontro foi com uma preguiça! A tarde fizemos nova saída de voadeira e fomos conhecer a majestosa samaúma, uma árvore gigantesca, que nessa época está dentro d’água. No dia seguinte retornamos a Manaus e fechamos nossa expedição visitando o encontro das águas (rio Solimões e Rio Negro).
Em Manaus ainda aproveitei para conhecer o MUSA, Museu da Amazônia. Lá tem uma torre de observação de de 42 metros de altura. Madrugamos para ver o sol nascer lá de cima e foi um desfile de fauna: micos, macacos e muitas aves! Vale a pena para quando estiverem em Manaus. Além disso o museu tem ótimas exposições, como a do Renato Soares, sobre os povos indígenas do Brasil, que está numa montagem espetacular, ao longo da trilha na floresta.
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