Na recente viagem que fiz aos Estados Unidos, entre julho e agosto, encontrei com alguns homens notáveis. O título deste post inspirou-se no livro homônimo do mestre armênio do início do século XX, Gurdjieff. Na verdade também é uma forma de homenagear estes mestres que tive a felicidade de encontrar.
Kazuaki Tanahashi

O primeiro encontro foi com Kazuaki Tanahashi, ou simplesmente Kaz Sensei, em Berkeley, Califórnia. Artista, mestre do Zen budismo, tradutor, editor, escritor e ativista anti nuclear, ele esbanja jovialidade do alto dos seus 85 anos. Eu o havia conhecido em junho quando esteve no Brasil para exposições, oficinas e retiros, trazido pelo CEBB. Fotografei sua passagem pelo Rio Grande do Sul e ficamos amigos. Perguntei se poderia conhecer seu estúdio quando fosse aos Estados Unidos e ele, depois de um momento de silêncio, para minha surpresa disse: maybe you can have dinner with us (talvez você possa jantar conosco). Dito e feito. Final de julho estávamos na sua casa para um jantar memorável na companhia de sua esposa Linda.
Depois do jantar ele nos convidou para conhecer seu estúdio e as obras que havia feito naquele dia. Foi emocionante conhecer seu espaço de criação e toda a simplicidade e poesia deste grande mestre.
Kim Weston

O segundo encontro foi com Kim Weston, fotógrafo e neto de Edward Weston, um dos meus grande mestres. A fotografia já está na família por quatro gerações. Kim mora em Wildcat Hill, a casa onde Edward morou na última parte de sua vida. Weston foi considerado um dos maiores fotógrafos do século XX. Morou alguns anos no México onde conviveu com Diego Rivera, Tina Modotti e outros artistas da “Renascença mexicana”. Foi emocionante conhecer a casa, ver as obras e inclusive o laboratório onde trabalhou uma dos grandes mestres da fotografia.
Frans Lanting

O terceiro encontro, com Frans Lanting, foi inesperado. Colaborador da National Geographic, já realizou grandiosos projetos pessoais como por exemplo “Life: a journey through time”, no qual conta a história da vida na Terra através da fotografia. Lanting é considerado hoje um dos maiores fotógrafos de natureza do mundo.
Antes de sair do Brasil eu havia escrito para a secretária de Frans Lanting mas ela me disse que ele não estaria em Santa Cruz (onde fica seu escritório) nessa época. Quando chegamos lá, ela disse que ele estava, mas não poderia nos receber pois estava numa reunião. Ficamos olhando a galeria e para nossa surpresa, ele desce as escadas de bermuda e chinelo! Nos recebeu com a simplicidade de um mestre e ainda ganhei um livro seu de presente.