Wei Wei, Andujar e Darwin

Ai Weiwei, Claudia Andujar e Charles Darwin; o que esses  três tem há ver? Neste momento no Rio de Janeiro tem três exposições incríveis sobre eles.

Weiwei é um artista chinês contemporâneo, considerado um dos mais importantes da atualidade. Seu trabalho está exposto no Paço Imperial e no CCBB Centro Cultural Banco do Brasil. Ele mescla instalações com textos, vídeos e objetos. Considero um artista engajado, pois apesar de ele dizer que: os artistas não precisam se tornar mais políticos; os artistas precisam se tornar mais humanos; sua obra fala de refugiados, de preconceito e outros temas atuais. Vejam aqui outras frases e algumas imagens do seu trabalho:

“A arte não é um fim mas um começo.”

“Os seres humanos não dominam o universo. São passageiros temporários.”

“O mundo é uma esfera. Não há Oriente nem Ocidente.”

“Um refugiado pode ser qualquer um. Pode ser você ou eu. A chamada crise de refugiados é uma crise humana.”

“A criatividade faz parte da natureza humana. Só pode ser desaprendida.”

Claudia Andujar é uma fotógrafa nascida na Suíça em 1931 que mora no Brasil desde 1955. A exposição “A Luta Yanomami” reune cerca de 200 fotografias de um acervo de mais de 40 mil feitas em mais de 30 anos de trabalho dedicados a esta etnia indígena da Amazônia. A exposição mostra também uma nova versão da instalação Genocídio dos Yanomami: morte do Brasil (1989/ 2018), manifesto audiovisual que apresenta uma retrospectiva do trabalho de Andujar, incluindo fotos tiradas entre 1972 e 1984. A mostra também exibe uma linha do tempo da carreira de Andujar que revela sua faceta ativista.

Para finalizar fui visitar a exposição “Darwin, origens & evolução” no Museu do Meio Ambiente, que fica no Jardim Botânico. A mostra tem uma proposta bem interativa, super bacana! Além de mostrar algumas descobertas do Darwin mostra também vários cientistas que colaboraram ou que foram influenciados por ele, como por exemplo Fritz Müller, o alemão que viveu em Blumenau, Santa Catarina, apelidado por Darwin de “Príncipe dos Observadores.”

SERVIÇO:

AI WEIWEI – RAIZ – 21/08 à 04/11

Local: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro

Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro/RJ
(21) 3808-2020
Funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 21 horas

ENTRADA FRANCA

A LUTA YANOMAMI – CLAUDIA ANDUJAR – 20/07 à 10/11

Local: IMS Rio
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea – Rio de Janeiro/RJ

Funcionamento: Terças a domingos e feriados (exceto segundas), das 11h às 20h.

ENTRADA FRANCA

DARWIN: ORIGENS & EVOLUÇÃO – 30/08 à 30/10
Onde:Museu do Meio Ambiente – Rua Jardim Botânico, 1008 – Rio de Janeiro/RJ
Funcionamento: De terça a domingo das 10h às 18h (entrada até as 17h)
ENTRADA FRANCA
Livre para todos os públicos.

Irving Penn e German Lorca em São Paulo

Final de agosto fui a São Paulo para a sp-arte/foto, a maior feira de galerias de fotografia do Brasil, e aproveitei para ver duas grandes exposições: Irving Penn, no IMS, e German Lorca no Itaú cultural. Claro que acabei aproveitando para ir ao novo SESC da Avenida Paulista, onde vi uma exposição incrível de vídeo-arte de Bill Viola e conhecer a Japan House, também na Paulista. Mas nesse post vou me deter no assunto-título.

Irving Penn

Criado em 1992 em Poços de Caldas MG, o Instituto Moreira Salles conta com uma sede no Rio de Janeiro e desde setembro de 2017 com outra sede na Avenida Paulista. Tem um acervo fabuloso nas áreas de fotografia, literatura, música e iconografia, mas também gosta de cinema. A sede da Paulista impressiona. Além de uma arquitetura arrojada conta com vários espaços expositivos somando 1200 metros quadrados, café, livraria, cineteatro e uma enorme biblioteca dedicada a fotografia.

Eu confesso que conhecia pouco o trabalho de Irving Penn, achava que era um fotógrafo de moda de Nova Iorque. Na verdade ele foi um dos mais importantes fotógrafos do século XX e super eclético nos temas abordados. A exposição que está no IMS foi realizada pelo Metropolitam Museum de Nova Iorque ano passado para comemorar cem anos do nascimento do fotógrafo e conta com mais de 230 fotografias feitas em 70 anos de carreira. Me impressionaram principalmente as fotografias da série feita em Cusco, Peru, em 1948, e a série de cigarros, feita em estúdio em 1972.

German Lorca

Alguns passos adiante também na Avenida Paulista, está o Itaú cultural. O espaço homenageou os 70 anos de atividade do fotógrafo German Lorca com uma grande exposição retrospectiva. A exposição, com curadoria de Rubens Fernandes Jr., ocupa dois andares do instituto. A mostra apresenta um mosaico do seu trabalho, tanto publicitário quanto autoral. Lorca participou do famoso Foto Cine Clube Bandeirantes onde começou a desenvolver seus ensaios autorais no final dos anos 40. Através do seu trabalho pode-se ver a mudança das paisagens da capital paulista. Além de fotografias a exposição também apresenta diversas câmeras e objetos pessoais do artista.

A grande surpresa foi encontrar Lorca quando eu visitava a exposição. Ele estava sentado logo na entrada e conversamos durante um longo tempo, obviamente sobre fotografia. Aos 96 anos ele continua em atividade e já fotografa com celular.