Começou no dia 6 de abril e vai até 1 de maio a quinta edição do FestFotoPoa. O festival abriu com uma grande exposição retrospectiva do fotógrafo homenageado Luiz Carlos Felizardo. Felizardo ficou conhecido pela sua versatilidade, pois tanto fotografou paisagens sublimes, detalhes arquitetônicos e abstrações em câmeras de formato grande, 4×5 e até 8×10 polegadas, quanto fez cliques voeyrísticos em suas viagens com uma pequena Leica 35mm, sempre em preto&branco. No segundo dia do festival foi lançado um livro também retrospectivo sobre a obra de Felizardo, homenagens mais do que merecidos por este grande fotógrafo.
Apesar de ser conterrâneo meu, ele também nasceu em Porto Alegre, só o conheci pessoalmente em 2004, quando participamos juntos com outros 43 fotógrafos do projeto SP 450 anos em 24 horas, dos irmão Eduardo e Fernando Bueno. O projeto consistia em fotografar um tema sorteado para cada fotógrafo durante as 24 horas do dia do aniversário de 450 anos de São Paulo. Lembro que estávamos todos os fotógrafos hospedados no velho hotel Othon Palace, no centro histórico de São Paulo. O sorteio foi na sexta -feira a noite e eu estava ao lado do Felizardo assistindo. Quando sortearam o tema dele: morrer em São Paulo, ele virou pra mim com uma cara de perplexidade (deve ter imaginado alguma cena de crime), e eu imediatamente reagi dizendo que haviam belos cemitérios em São Paulo. Seu semblante imediatamente iluminou-se. Uma das fotos deste ensaio, Cemitério São Luiz, está na exposição e no livro do FestFoto.
Alguns anos depois, quando lancei meu livro Expedição Natureza Gaúcha, em 2008, Felizardo escreveu um belíssimo texto na sua coluna Imago, na revista Aplauso, sobre o meu trabalho e o do Eurico Salis, meu amigo e contemporâneo, que havia lançado mais ou menos na mesma época o livro Porto Alegre, cenas urbanas, paisagens rurais. O gancho do artigo era a ligação de ambos com Bagé, cidade natal do Eurico, dos meus pais, e com a qual Felizardo tem uma ligação afetuosa. Estas colunas do Feliz renderam um ótimo livro, com o nome da coluna, Imago, lançado em 2010. Felizardo, além de ser um fotógrafo com grande sensibilidade e apuro técnico, ainda escreve soberbamente. Este foi o seu segundo livro de textos, o primeiro, de 2000, chama-se Relógio de ver. [slideshow]
Mas voltando ao FesFoto, depois dessa viagem no tempo. A exposição do Felizardo ocupa quase todo o andar térreo do Santander Cultural, um belíssimo prédio histórico. No andar de cima, uma retrospectiva de Marc Riboud, que achei um pouco linear, ampliações pequenas, todas do mesmo tamanho, acho que não ficou a altura da obra desse grande fotógrafo francês. Nas salas multimídia aconteceram as palestras, mesas-redondas e leituras de portfólio. Falando em mesas-redondas, uma crítica construtiva: acho que foi mal aproveitada a oportunidade, pois juntaram-se grandes cabeças pensantes da fotografia brasileira, mas devido em parte aos atrasos de início em quase todas, sobrava sempre muito pouco tempo para a mesa redonda propriamente dita, onde haveria o debate com o público. A mesa acabava ficando linear, como palestras sucessivas, sem o debate que ao meu ver seria fundamental e produtivo. Prova disso é que numa das mesas mais empolgantes, onde estavam Roberto Linsker, da Editora Terra Virgem, Tiago Santana, da Editora Tempo D’imagem e Dante Gastaldoni, do projeto Brasil passa pelo SESC, discutindo a produção de livros autorais de fotografia no Brasil, a discussão continuou por horas no corredor e no café, porque o assunto era por demais instigante.
O saldo final é que o FestFotoPoa está de vento em popa e acho que todos que participaram este ano estão ansiosos que chegue a sexta edição em 2012, quando a fotógrafa homenageada será Nair Benedito. Quem ainda não foi, não deixe de ir, pois até 1 de maio permanecem as ótimas exposições acompanhadas de sessões de filmes no cinema do subsolo, programa imperdível!
O livro Expedição Natureza Gaúcha estará na Biblioteca do Fórum Internacional de Livros de Autor, dentro do 5º FestFotoPoa, que acontece de 6 de abril a 1º de maio de 2011. Leia na íntegra o brilhante prefácio do livro, escrito pelo doutor em ecologia da paisagem, professor Rualdo Menegat:
Sitio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, Missões Jesuíticas dos Guaranis
A identidade de cada pessoa é indissociável da paisagem e do lugar onde nasceu. O lugar é uma espécie de sobrenome invisível: embora não conste na certidão de nascimento, possui a mesma importância do sobrenome, como se fizesse parte da natureza humana. Quando conhecemos alguém pela primeira vez, logo perguntamos onde essa pessoa nasceu e onde vive. Também costumamos falar de sobrenomes endereçando-os a algum lugar, como os Vargas, de São Borja; os Verissimo, de Cruz Alta; os Scliar, do bairro Bom Fim; os Barbosa Lessa, de Piratini; os Lopes, de Bagé. A cultura ameríndia também tinha endereço natural, como os caingangues, do Planalto Meridional; os guaranis, das Missões; ou os minuanos, do Pampa.
Cada lugar tem características tão próprias que poderíamos pensá-lo como se portasse uma impressão digital ou um DNA que lhe fossem únicos. Porém, diferentemente dos genes dos ancestrais, os “genes do lugar” não ficam automaticamente registrados no organismo. Mas ficam impregnados, desde que nascemos, em nosso espírito e cultura de modo indissociável. Seja a língua, o sotaque, a comida, os jogos, a religião, tudo está profundamente influenciado pela paisagem, onde a cultura vai sendo cotidianamente construída.
A paisagem é a moldura de nossa cultura e, ao mesmo tempo, define os limites e possibilidades de expansão desta. A cultura desenvolvida pelos ticunas no alto Solimões não é adequada para a vida nos Andes Centrais, pois considera fundamentalmente a paisagem da Floresta Amazônica. Do mesmo modo, a cultura dos incas, no Peru, forjada pela natureza inóspita das altas montanhas andinas, não se adapta às terras baixas e planas do grande Pampa. Uma cultura torna-se tão circunscrita à paisagem que tem dificuldades de se adaptar a outros lugares. Tal restrição ocorre porque quando uma cultura domestica a paisagem ao longo do tempo ela ajusta os instrumentos culturais, desde habitação até visão de mundo, àquele lugar. O processo de domesticação não é outro senão a transferência do DNA do lugar à cultura, e vice-versa, de modo que ambos se pertençam. Isto é, ao ver a paisagem, logo identificamos o personagem que a habita, e, ao ver este, de imediato pensamos na paisagem.
Quando a paisagem é domesticada, passa a ser importante ingrediente de coesão de grupos humanos. Toma parte das qualidades peculiares de um povo, integrando-lhe o caráter, o modo de ser, como em “ser gaúcho”, ou “ser pampiano”, “serrano”, “missioneiro”, “litorâneo” etc. Fazemo-nos pertencer ao lugar, às vezes, sem mesmo conhecê-lo apropriadamente. Embora possamos não ter visitado todas as paisagens do Estado, dizemo-nos mesmo assim “gaúchos”, às vezes sem nem sequer ter saído do lugar em que nascemos. Por força do hábito, podemos enxergar para além da própria realidade da paisagem, e a vemos mais do ponto de vista cultural que do ponto de vista da descrição natural, de como ela é de fato. Como se criássemos certos mitos acerca do lugar, numa espécie de cegueira.
Por exemplo, com frequência dizemos que o Pampa gaúcho é uma “enorme planície”. Com isso, queremos fazê-lo parecer semelhante ao vasto Pampa argentino, ecorregião que abrange cerca de 600.000 quilômetros quadrados, mais do que duas vezes a área do Rio Grande do Sul. O Pampa argentino é tão extenso e as terras tão planas que a drenagem é mal definida e a água da chuva escoa com dificuldade, acumulando-se em lagos por vezes efêmeros. Originalmente, a palavra espanhola pampa, derivada do quéchua bamba, significava apenas uma pequena planície nos vales intermontanos dos Andes Centrais. Quando no século XVI os espanhóis avançaram rumo ao sul e depararam com a imensidão da paisagem de terras planas e vegetadas por gramíneas, chamaram-na de “grande pampa”.
Na verdade, a área de terras verdadeiramente planas e baixas de nosso Estado é muito pequena. Não temos nem planícies em vales intermontanos nem tampouco grandes extensões planas. Em algumas partes, o relevo é ondulado, com coxilhas e morros arredondados, canais fluviais sempre bem escavados; e, em outras, acidentado, com vales fluviais profundos, morros agudos, serras, escarpas e cânions. Toda essa morfologia ocorre na metade sul do Estado, reconhecida como pampiana.
Dito de outro modo, nosso Pampa tem paisagens muito menos monótonas que o congênere argentino. Em muitos casos, a paisagem sulina é tão peculiar que há um esforço para não vê-la, apenas para fazer de conta que somos semelhantes aos vizinhos do grande Pampa. Indiscutivelmente, nossa cultura é pampiana, o que não quer dizer que nossas paisagens sejam exatamente iguais às das demais culturas pampianas dessa vasta região meridional da América do Sul.
Há, na verdade, uma diversidade de gaúchos na mesma medida da diversidade das paisagens onde essa cultura se instalou e se expandiu. Dizem-se gaúchos os que habitam a Patagônia, onde criam ovelhas nas zonas mais amenas desse semideserto da região mais meridional e fria de nosso continente. Também se dizem gaúchos os que povoam grande parte do Chaco argentino-paraguaio e até do Pantanal Mato-Grossense, onde criam gado e tomam mate frio, o tereré. São gaúchos os que ocupam a área contígua ao Rio Grande do Sul chamada de Campos Sulinos, no vizinho Uruguai; e, claro, são gaúchos os que lidam com o gado e tomam mate quente, porém em cuia pequena, na imensa planície argentina chamada de grande Pampa.
Enfim, as vastas terras baixas e planas que se estendem desde a fria Patagônia e grande Pampa até parte do Chaco paraguaio-argentino e respectivas áreas adjacentes um pouco mais elevadas ensejaram uma ocupação humana que possui forte identidade na cultura do manejo de gado, chamada de “gaúcha”. Na ampla configuração de nosso cenário, qual seja, a parte não andina da região meridional da América, somos a porção do extremo oriente dessa cultura, habitando uma espécie de “‘pampa alto”, “pampa coxilhado” ou “pampa serrano”. Assim como também pertencem a um “pampa alto”, porém paisagisticamente distinto, os que habitam as terras elevadas no bordo oeste do Pampa argentino, mais próximo dos Andes.
Visitar o lugar do outro, do vizinho, do estrangeiro longínquo, é sempre um exercício cognitivo e cultural que ajuda a descobrir a própria paisagem para além do hábito que cegamente vamos mantendo. Do mesmo modo, quando outras pessoas que não moram onde vivemos vêm descrever “nosso lugar”, aprendemos a ver a terra pelos olhos daqueles que não estão a ela habituados, isto é, embebidos em uma espécie de cego encantamento.
O hábito, por ser muito afeiçoado ao lugar, não permite que vejamos a paisagem a partir de outras perspectivas ou pontos de vista que não sejam “o nosso”, quer dizer, de nossa identidade cultural aderida ao território. Por isso, as narrativas de viajantes sempre foram um gênero literário de muito sucesso em todas as épocas. A começar pelas mais antigas, como as Historias do grego Heródoto, o “pai da História”, que no século V a.C. descreveu no livro II o mundo egípcio com horror e fascínio e nos fez ver que cultura, etnografia e história pertencem ao lugar. Ou as do veneziano Marco Polo, que narrou no livro Il Milione a viagem ao então estranho mundo oriental no século XIV. Ou as consagradoras descrições dos naturalistas românticos do século XIX, em que se incluem as de ilustres sábios que visitaram o Rio Grande do Sul, como Auguste Saint-Hilaire, Aimé Bonpland, Friedrich Sellow, entre outros.
O trabalho de naturalistas e viajantes constitui fonte de conhecimento de nossa paisagem a partir de outras perspectivas. Mais além, são também uma memória das mudanças paisagísticas que ocorreram desde épocas em que os únicos instrumentos de registro eram a escrita e o desenho em cadernetas de campo. Os trabalhos poderiam ser acompanhados de coleta de espécimes vegetais, animais e minerais, bem como de belas aquarelas. No século XX, principalmente a partir da consolidação dos cursos universitários de História Natural nos anos 1950, os relatos de viagem que integravam várias modalidades disciplinares foram perdendo terreno, e o gênero quase desapareceu.
Por isso, a publicação desta obra do fotógrafo Zé Paiva é motivo de grande e estupenda alegria. Utilizando-se de recursos modernos, do arsenal de equipamentos fotográficos e adequada logística, brinda-nos com uma incursão pela paisagem gaúcha que recupera a ideia dos percursos de uma viagem naturalista. Em vez de longos textos, Paiva apresenta uma obra numa linguagem visual própria da contemporaneidade. Mas suas fotografias não são a busca do óbvio, de imagens já muito difundidas em cartões-postais. Longe disso, o autor apresenta sequências inseridas dentro de incursões pela paisagem do Escudo Sul-Rio-Grandense, Planalto Meridional, Depressão Periférica e Planície Costeira. Os percursos, por sua vez, são localizados dentro da diversidade de paisagens que compõem as ecorregiões gaúchas.
Assim, o leitor poderá acompanhar o espírito de aventura, de busca, de investigação de um amplo espectro de temas que conformam o DNA de uma paisagem. Dos elementos rochosos, vegetais, animais, capturados em detalhes de rara composição. Do conjunto paisagístico denotado pelas formas do relevo, nuvens e cores do céu. De expressões culturais de habitantes de regiões distantes, ermas, onde se fabrica a simbiose dialética entre cultura e paisagem. São flagrantes fotográficos que anunciam nossa condição neste mundo: de espectadores e, também e cada vez mais, de modificadores da paisagem.
A incursão de Zé Paiva é uma busca instigante da natureza recôndita, aquela que ainda está de alguma forma guardada em parques e áreas de preservação. É um modo sutil de anunciar o pouco que resta e o tanto que perdemos ou que ainda podemos perder. Por ser fruto de um viajante que segue os passos da cognição naturalista, a obra tem perspectiva, tem posição: a de mostrar em cada flagrante como a natureza é bela e diversa na sua própria naturalidade, isto é, para além dos clichês habituais que porventura aprisionam as múltiplas paisagens de nosso Estado.
Sábado passado, fui a Porto Alegre para participar da “banca” da quarta turma do curso avançado de fotografia digital da ESPM. Banca entre aspas, porque na verdade não iríamos dar nota para os trabalhos. A intenção era mais apontar possíveis caminhos e comentar os portfólios resultantes do trabalho de conclusão do curso. O nível geral dos trabalhos foi muito bom. Um diversidade enorme na forma de apresentação dos portfólios: alguns em ampliações enormes com paspatur e caixa, outros menores, outros sem paspatur e sem caixa, tinha até um numa maleta com cadeado! A diversidade de temas era grande também: nús, moda, arquitetura, natureza, e outros. Tecnicamente todos os trabalhos estavam bons. A maioria pecava pela falta de unidade no conjunto, o que é um problema de edição. Isso é normal quando se edita o próprio trabalho, pois o apego interfere na escolha das fotos. A dinâmica do trabalho foi a seguinte: de manhã nos reunimos no estúdio da ESPM, onde os integrantes da banca, eu, Ricardo Chaves, o Cadão, editor de fotografia do jornal Zero Hora, Eduardo Veras, professor, crítico de arte e ex-editor do segundo caderno da Zero Hora, e Guilherme Lund, fotógrafo e professor da ESPM, acompanhados do coordenador do curso, o professor Manuel da Costa, analisamos os portfólios impressos durante a manhã toda. A tarde houve uma projeção dos trabalhos seguida dos nossos comentários. No final houve um coquetel na galeria de arte da ESPM. Muito interessante a diferença entre ver o mesmo trabalho impresso e projetado, muda bastante. [slideshow]
Estava voltando do Canela Foto Workshops, na Serra Gaúcha, quando resolvi parar no Café Tainhas, em Cambará do Sul. Desço do carro e encontro saindo do Café Fernando Bueno, o mentor do evento, acompanhado do mestre Evandro Teixeira, Dudu Contursi, Cadão Chaves (editor de fotografia da Zero Hora) e Rogério Reis (Tyba RJ). Eles estavam indo fazer um passeio no canyon do Itaimbezinho. Depois de um rápido papo, nos despedimos. Foi ai que eu vislumbrei no estacionamento uma velha Kombi azul-calcinha com rodas vermelhas. Voltei para o carro e peguei imediatamente a câmera. Foi quase instintivo, sem pensar. A atração visual era muito forte. Cores contrastantes, a antiguidade do carro – uma verdadeira lenda. Comecei a fotografar e fui percebendo os detalhes hilários: um desentupidor de privada amarrado no bagageiro, retoques na pintura com spray prateado, um xis de fita isolante no farolete. Depois de alguns minutos um rapaz se aproxima de mim e começa a puxar assunto. Logo percebo que estou diante do dono. Começo a falar do meu êxtase visual diante do carro e ele se empolga. Logo chegam o seu amigo e a namorada. Me dou conta de que eles estão indo passar o carnaval na praia e é tudo uma grande brincadeira, o spray prata, o desentupidor, as cortinas… Depois de um chimarrão trocamos emails e nos despedimos. Imagino o que eles levariam dentro da Kombi…[slideshow]
Aconteceu de 27 de fevereiro a 4 de março a quarta edição do Canela Foto Workshops, uma realização do fotógrafo Fernando Bueno e da jornalista Liliana Reid. O evento teve a presença de vários fotógrafos ilustres ministrando workshops e palestras. A semana culminou com um debate na quinta-feira sobre os Os Novos Caminhos do Uso da Imagem e do Ensino da Fotografia. Na mesa estavam Rogério Reis, Orlando Brito, Evandro Teixeira, Fernando Bueno e Ricardo Cadão Chaves, além de inúmeros outros fotógrafos importantes na platéia. Fernando aproveitou a oportunidade e relançou o plano de instalar um centro de excelência em ensino de fotografia no local onde era o Cassino de Canela, hoje em ruínas. Destaque para a exposição virtual dos alunos do curso avançado de fotografia da ESPM Porto Alegre, exibida entre as palestras, que aconteceram na Casa de Pedra. Vejam mais detalhes no site.
No final do debate, eu, Manuel da Costa, coordenador da ESPM Foto - Porto Alegre, entre alunos e ex-alunos.Da esquerda para a direita, Cláudio Ott, Fernando Bueno, Clóvis Dariano, Evandro Teixeira, Luis Carlos Felizardo, Orlando Brito e este que vos escreve, no final do coquetel de encerramento do evento.
Eu participei com uma parte da minha exposição “Expedição Natureza Gaúcha”no simpático Empório Canela, que também é um bistrô e livraria. A exposição permanece até o dia 14 de março. Quem estiver na Serra Gaúcha, aproveite.
Foto Escambo em Canela.
Além disso houve uma participação do Foto Escambo, um interessantíssimo evento que propicia a troca de fotografias entre os participantes. Como funciona: cada fotógrafo leva até cinco fotos ampliadas em papel 20×30 cm e para cada foto doada ganha um vale para escolher uma foto do varal onde ficam expostas. O bacana de tudo isso é que além de você poder formar sua galeria de fotografia em casa, as fotos são numeradas, mas você só fica sabendo quem é o autor depois de terminado o evento. Ou seja, a escolha é baseada na intuição, na razão ou na emoção, mas não no nome do autor. Eu ainda estou na curiosidade de saber de quem são as belas imagens que escolhi…
Impregnado pela estética do frio (termo criado pelo cantor, compositor e escritor Vitor Ramil, de Pelotas), apesar da temperatura amena, respiro o ar outrora pestilento pelas carnes putrefatas. O arroio Pelotas era conhecido como o Rio Vermelho, tamanha a quantidade de sangue que desaguava no seu leito. Fortunas foram criadas a partir de um trabalho feito por mão-de-obra escrava. A ganância do ser humano engendra formas desumanas de produção. Hoje as charqueadas são lugares turísticos, limpos e ajardinados, com criancinhas correndo pelos casarões. Em nada lembram os lugares descritos por Debret.
Pousada Charqueada Santa Rita, Pelotas, Rio Grande do Sul.
O nome da cidade de Pelotas veio de uma embarcação pitoresca usada pelos índios, feita de couro e madeira, puxada a nado por uma corda mordida pelo nadador. Na noite anterior a minha ida às charqueadas de Santa Rita, que hoje é uma bela pousada, e a Charqueada São João, hoje transformada em Museu, aconteceu o evento de lançamento do meu livro Natureza Gaúcha em Pelotas. No auditório do Instituto Simões Lopes Neto (antiga residência do escritor) fiz uma projeção de fotografias e depois uma conversa com um público de cerca de cinquenta pessoas que quase lotou o espaço. Muitos alunos e professores dos cursos de artes, ecologia e fotografia animaram a conversa que se extendeu até cerca de nove e trinta da noite, quando então passamos a sessão de autógrafos. Agradeço a Bety e toda a equipe da excelente Livraria Vanguarda que me convidou e organizou todo o evento.
Auditório do Instituto Simões Lopes Neto, Pelotas, RS.Vitor Ramil (a esquerda) na noite do evento.
Pelotas é uma cidade encantadora, repleta de prédios antigos, alguns restaurados e outros nem tanto. Fui ciceroneado pelo músico Vitor Ramil e sua esposa Ana Ruth, professora de linguística. Entre longas conversas regadas a mate amargo, fotografei um pouco da cidade (vejam mais fotos na galeria do Flickr)
Prédio antigo na praça General Osório em Pelotas RS.Instituto Simões Lopes Neto, Pelotas, Rio Grande do Sul.
À convite da Livraria Vanguarda estou indo a Pelotas e Rio Grande apresentar o meu livro Expedição Natureza Gaúcha. Dia 26 será no Instituto Simões Lopes Neto em Pelotas, e dia 27 na Livraria Vanguarda em Rio Grande. Faremos um bate papo com projeção de imagens do livro e do meu trabalho atual no Tocantins. Abaixo o convite.
Foi dia 13 de setembro. Trata-se de um evento mensal da FNAC em parceria com a Escola de Fotografia Câmera Viajante, de Porto Alegre. Neste Sarau fui convidado para falar do meu trabalho. Falei sobre os projetos Expedição Natureza Santa Catarina e o Natureza Gaúcha, já lançados, e sobre o trabalho em curso no Tocantins. O público lotou o espaço Blu-ray na FNAC, que aliás estava sendo inaugurado. Na verdade faltou cadeiras para o público presente, ficou gente de pé (sorry)! Em compensação a FNAC teve a gentileza de oferecer um ótimo espumante e frutas secas enquanto eu autografava o livro Natureza Gaúcha.
Na ocasião também foi lançado oficialmente o meu próximo workshop de fotografia ambiental (gostei do termo ambiental, no lugar de natureza, mais abrangente), que será na Câmera Viajante, de 23 a 25 de outubro. Sábado será aula teórica na escola. A aula prática, no domingo, será no belo Parque Estadual de Itapuã, em Viamão. Na segunda-feira teremos uma aula de avaliação. Já restam poucas vagas, por incrível que pareça, assim que quem quiser se adiante antes que lote.
Abaixo algumas fotos do evento:
Sarau de fotografia - FNAC Porto Alegre em 13 de setembro de 2010 - foto de José Otávio Teixeira.
Zé Paiva e Rogério do Amaral Ribeiro da Câmera Viajante, Sarau de fotografia - FNAC Porto Alegre em 13 de setembro de 2010 - foto de José Otávio Teixeira.Sessão de autógrafos, Sarau de fotografia - FNAC Porto Alegre em 13 de setembro de 2010 - foto de José Otávio Teixeira.
Está na Megastore da Livraria Catarinense (Rua Felipe Schmidt 60, Florianópolis) até o dia 31 de agosto a exposição Expedição Natureza Gaúcha . A pequena mas simpática galeria fica anexa ao excelente café Rocambole (o mesmo da Lagoa da Conceição). Não deixe de provar o brownie, é delicioso. O horário da exposição é o mesmo da livraria, de segunda a sexta-feira das 9h às 20h e aos sábados das 9h ás 16h. A entrada é gratuita. Mais informações pelo telefone (48) 3271.6000 ou no guiafloripa.
Capivaras "Hydrochaeris hydrochaeris", Parque Estadual de Itapuã, Viamão