Dia 6 de outubro, quinta-feira passada, foi lançado em São Paulo o livro Expedição Natureza – Santa Catarina. O evento aconteceu no Espaço Burle Marx da Megastore da livraria Saraiva, no Morumbi Shopping. O público prestigiou o acontecimento, confira abaixo algumas fotos.
Zé Paiva, autor das fotos do livro com Motaury Porto, conhecido fotógrafo de surf e sua esposa Luciane.
Adriana Dias, autora dos textos do livro emoldurada pelos amigos Robson Regato, jornalista e ator, e Lailson dos Santos, fotógrafo.
Raimundo Gadelha, poeta e editor da Escrituras, e sua esposa prestigiaram o evento.
O próximo lançamento será em Porto Alegre, no dia 29 de outubro às 19 horas, no Santander Cultural, dentro da programação da Feira do Livro da cidade, uma das maiores do Brasil. Aguardem mais detalhes.
A revista Viaje Mais da Editora Europa destacou na edição deste mês o livro Expedição Natureza – Santa Catarina – da Editora Letras Contemporâneas e o livro Estrada Real – da Editora Empresa das Artes – como os dois melhores livros de fotografia entre os lançamentos.
Leia na íntegra o maravilhoso prefácio do escritor e editor Fábio Brüggemann para o livro Expedição Natureza – Santa Catarina.
Talha-mar " Rinchops nigra ", voando sobre a Lagoa da Conceição
O lápis do olho
Ao ver o material bruto que resultou na limpidez deste álbum, a primeira indagação que me surgiu foi: por que um sujeito resolve sair de casa, carregar pesados equipamentos, entrar no meio do mato, subir montanhas e escorregar no limo dos riachos para fotografar a natureza? Ao tentar respondê-la – se é que há resposta adequada e única – pensei nas imagens (que também só as vi em fotografia) dos desenhos rupestres feitos numa época em que o homem ainda desconhecia a palavra arte, porque não precisava de seu conceito. As paredes da caverna, de alguma forma, eram paredes da própria casa.
Avanço alguns séculos na história e penso no escritor Hermann Hesse, quando descreveu suas caminhadas pelo bosque próximo à sua cabana, e nas reflexões do filósofo norte-americano Henri Thoreau, quando refugiou-se no lago Walden para ficar junto à natureza e descrevê-la. Será que a necessidade destes escritores não foi a mesma dos homens na caverna e, também, aquela que faz um sujeito sair de casa para fotografar a natureza?
Os homens que pintavam cavernas grosso modo levavam a representação do mundo para dentro de suas casas. Fotografar a natureza talvez tenha igual sentido. Mesmo assim, por que essa gente precisa tanto trazer para dentro de casa uma representação do que existe fora dela? Será que é para confirmar a apatia dos homens de Platão, que apenas observavam a sombra do mundo de dentro da caverna? Será para mostrar sua capacidade de representar o mundo? Será para dizer que aquela porção representada, daquele ponto de vista, apenas aquele sujeito a vê? Ou será, ainda, movido por um desejo comunitário, para preservar um instantâneo da natureza e mostrar ao futuro que aquilo um dia existiu?
De qualquer forma, há uma ilusão nesse desejo, pois é impossível guardar a natureza. O que se guarda é apenas uma representação dela. Presumo, diante destas questões, que o ser humano precisa não apenas olhar diretamente para a natureza, ou vivê-la intensamente, mas também olhar para uma representação dela, com a intenção, talvez – como pensava Aristóteles –, de melhor conhecê-la.
O fotógrafo Zé Paiva – ciente de que a fotografia da natureza na qual ele caminhou e que registrou não é a verdade –, de todas as hipóteses acima apontadas, fotografa para preservar. Estando diante de rios, lagos, árvores quase fabulares (como a araucária), pássaros, pequenos insetos, bichos e plantas catalogadas como “em vias de extinção”, cachoeiras, homens e mulheres e também da beleza e da destruição deixada por estes homens e mulheres, Paiva tem a mesma vontade de cientistas como Fritz Müller, Fritz Plaumann e do padre Raulino Reitz que, graças a uma obstinação, mesmo que não tenham usado a fotografia, registraram para o futuro aquilo que viram.
E é curioso que um dos inventores da fotografia, o inglês William Fox Talbot, tenha chamado a recém invenção de “O lápis da natureza”. Passado todo este tempo, penso numa versão shopenhauriana, para supor que a fotografia é o lápis do olho, pois só se vê o que o olho quer, não o que a natureza pretensamente impõe. A fotografia de uma lagoa, como as muitas que Zé Paiva fez, será sempre vista de formas distintas se feita por diferentes fotógrafos.
Ainda nos primórdios da fotografia, Albert Bisbee, criador, em 1853, de um manual de daguerreotipia, dizia que “os objetos delineiam-se a si mesmos, transparecendo, assim, a verdade”. Hoje, esta visão de fotografia como verdade, ainda mais com a invenção da tecnologia digital, não se sustenta mais, pois ela não é a verdade e, em alguns casos, nem mesmo é uma representação da verdade. A fotografia é um indicador, um modo de dizer que a imagem de uma floresta não é apenas uma floresta, mas o que pode ter sido dela, além de outra indicação: a de que em um determinado momento histórico – mesmo que tenha passado apenas um segundo – alguém construiu uma imagem. Neste caso, um fotógrafo.
Talvez, por tudo isso, as fotografias ainda precisem de legenda, porque não basta olharmos a imagem de um bugio, como aquele que Zé Paiva fotografou, porque ainda restarão perguntas como: onde estava o bicho? Qual o nome do lugar? Posso ir lá? Tinha mais destes? Se fotografar é chamar a atenção para algo, ver uma fotografia é fazer perguntas a respeito deste “algo”.
A fotografia é, segundo Joan Fontcuberta, autor do livro El beso de Judas, fotografia y verdad, “uma ficção que se apresenta como verdadeira”. E dado esse caráter inevitável de ficção, resta, ainda, continua o autor, o “controle exercido pelo fotógrafo para impor uma direção ética a sua ficção”.
Zé Paiva, além de construir estas representações da natureza em belíssimos quadros e ser, como escreveu o poeta e ensaísta Péricles Prade, “um caçador de imagens edênicas”, tem este controle e impõe, decididamente, uma direção ética às suas ficções. Ele, ao nos mostrar belos indícios da existência da natureza, propõe também que seja preservada. Não apenas em nossa memória, ou para levarmos para dentro de casa, mas no espaço específico de onde ele a tirou.
Também se diz “tirar” para fotografar. Paiva tira, mas não trai aquilo que fotografa. Ele nos empresta seu olhar, mas a imagem que queremos ver mesmo será delineada em nosso olho, que processará, assim, a idéia de preservação, de beleza, de conceito de arte, de encantamento, mas também de desgosto por indicar ainda idéias de destruição de uma realidade que, talvez, em um futuro próximo, não sirva mais de modelo.
Foi um sucesso a abertura da exposição e lançamento do livro Expedição Natureza – Santa Catarina – no Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Souza, em Florianópolis, SC. O evento aconteceu na noite de 14 de junho e foi prestigiado por cerca de 200 pessoas. O público, extremamente eclético, reuniu artistas, intelectuais, empresários, fotógrafos, estudantes e outros, que deliciaram-se com os quitutes da Uma Rosa Gastronomia, da Lagoa da Conceição, e com o vinho e suco de uva orgânicos da Vinícola Garibaldi, do Rio Grande do Sul, que apoiaram o evento.
Acima os autores Zé Paiva e Adriana Dias com a Dra. Maike Hering de Queiroz, que escreveu a apresentação da quarta capa do livro.(foto de Thiago Eriksson)
Acima a equipe que realizou o livro com o pessoal do marketing da Albany International, patrocinadora exclusiva do mesmo.(foto de Thiago Eriksson)
Acima a banda Colorir, de Pedro Paiva (irmão do autor) e Peter Rossweiler, que animou o evento com sua musica instrumental espontânea.(foto de Thiago Eriksson)
Zé Paiva e Fábio Brüggemann, editor e autor do prefácio do livro. (foto de Thiago Eriksson)
A cineasta Sandra Alves, a coordenadora cultural do Museu, Edina de Marco e Zé Paiva riem atoa na festa de lançamento. (foto de Thiago Eriksson)
O livro por enquanto está a venda no site da Editora Letras Contemporâneas, nas livrarias da Livros&livros, em Florianópolis, na Ler Livros, Omega Livros, e Ramalivros em São Paulo, na EcoTerraBrasil em Curitiba e na Pernambooks em Recife. Brevemente estará chegando em outras livrarias e também estaremos vendendo aqui no site da VISTA.
Aproveite os últimos dias da mostra fotográfica, pois ela vai até este domingo dia 31 de julho somente. Até lá o livro estará à venda na entrada do Museu ainda pelo preço de lançamento (R$ 70,00).
Dados técnicos do livro
Formato 31x 29 cm
144pags em papel Couche Fosco 150grs a 4×4 cores
Capa dura
ISBN 85-7662-007-3
Peso 1,25 kg
O fotógrafo Zé Paiva autografa seu livro Expedição Natureza – Santa Catarina (Editora Letras Contemporâneas, 144 págs), nesta quarta-feira (11), no estande da Letras Contemporâneas, durante a Feira de Rua do Livro de Florianópolis, a partir das 19 horas. O preço do livro é R$ 96,00, mas na feira estará à venda a R$ 70,00. O lançamento oficial ocorre no dia 13 de junho, no Museu Cruz e Sousa, em Florianópolis.
Este é o primeiro trabalho a documentar a maioria das unidades de conservação de Santa Catarina, entre parques nacionais, estaduais e municipais. As fotos retratam aspectos de flora, fauna, paisagens e populações tradicionais. Os textos são da consultora ambiental Adriana Dias, o prefácio é do editor Fábio Brüggemann e o projeto gráfico do designer Oscar Rivas.
O livro é dividido pelas expedições fotográficas, que ocorreram de setembro a novembro de 2004, a bordo de um veículo 4×4, na companhia do assistente Eduardo Green. A primeira, Extremo Sul, destaca os parques nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral, a Reserva Estadual de Aguaí, nas proximidades de Nova Veneza, e lagoas como a do Sombrio. Na expedição Serra Geral e Oeste estão retratados, entre outros, o Parque Nacional de São Joaquim, o Campo dos Padres, em Urubici, os campos da Coxilha Rica, em Lages e o Parque Estadual Fritz Plaumann, em Concórdia.
No capítulo Litoral, estão a Área de Preservação Ambiental (APA) do Anhatomirim, a Ilha de Santa Catarina e a Reserva Biológica do Arvoredo. No Norte e no Vale do Itajaí foram visitados a baía da Babitonga, em Joinville, a Reserva Biológica do Sassafrás, em Doutor Pedrinho e o Parque Nacional da Serra do Itajaí, entre outros locais. A expedição final foi ao Parque do Tabuleiro, a maior unidade de conservação do estado, que engloba nove municípios.
O projeto Expedição Natureza foi patrocinado pela empresa Albany International, de Indaial, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.
O fotógrafo
José Luiz Paiva iniciou no fotojornalismo na sucursal do jornal O Globo em Porto Alegre RS, onde também trabalhou no jornal Zero Hora. Mudou-se para Florianópolis SC, onde dirige seu estúdio desde 1985. Ensinou fotografia no curso de artes da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), no curso de publicidade da Fundação Universidade Regional de Blumenau e no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. Estudou no Internacional Center of Photography, em Nova Iorque. Realizou exposições nas principais cidades do Brasil e recebeu diversos prêmios, entre eles o Prêmio Raulino Reitz da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina em 2002. Publicou suas fotos em dezenas de livros e revistas. Já publicou o livro individual Santa Catarina, cores e sentimentos, pela Editora Escrituras e participou como convidado do livro São Paulo 450 anos em 24 horas.
Informações:
José Paiva: (48) 8822-9660 e 269-7744. E-mail:ze@paivafotografo.com.br
Adriana Dias: (48) 269-7744 e 9958-8899
Fábio Brüggemann: (48) 9971-9839 e 223-0945
Site: www.expedicaonatureza.com.br
Assessoria de imprensa: Barbara Pettres (SC 0954 JP) – (48) 9121-4717 / 334-3884
A revista Cartaz número 16, já nas bancas, exibe um belo ensaio fotográfico de quatro páginas do fotógrafo Zé Paiva. O nome do ensaio, cores e sentimentos, é também o nome do livro lançado nacionalmente em julho do ano passado pela Editora Escrituras de São Paulo com grande sucesso.Também na revista estão matérias sobre Skinnerbox, o novo espetáculo do grupo de dança Cena 11 de Florianópolis, a 26a Bienal de São Paulo, o premiado filme Vida de Menina e outras.
Paiva atualmente trabalha na conclusão de seu novo livro: Expedição Natureza – Santa Catarina, que será lançado em março deste ano. Acompanhe no site www.expedicaonatureza.com.br
Mais de 5000 km percorridos e mais de 4000 imagens de todo o estado é o saldo até agora do projeto Expedição Natureza, que tem como objetivo mapear as principais áreas naturais de Santa Catarina.
O projeto, coordenado pelo fotógrafo Zé Paiva, iniciou a cerca de dois meses. A dupla já realizou as expedições Extremo sul, Serroeste e Valenorte. Falta ainda completar a expedição Litoral e explorar o Parque do Tabuleiro, uma gigantesca área de 90 mil hectares que abrange vários ecossistemas.
O resultado do trabalho será publicado na forma de um livro capa dura e de uma exposição em 2005. Aguardem!
As cores e os sentimentos do Brasil ganham mais um registro com o novo livro da Coleção de fotografia. A paisagem catarinense inspirou o fotógrafo Zé Paiva, sensível e obcecado caçador de imagens representativas da magnífica beleza morfológica de nossa flora e fauna, agora reunidas nas páginas de Santa Catarina – cores e sentimentos.
É uma história contada em imagens ricas em cultura e plasticidade – “fauna e flora, sob os domínios ora de encantadoras águas de rios, lagos e baías, ora de exuberantes ondas do mar ou de praias mansas, perpassando o fluxo imagético por várias regiões e criador de um universo indescritível apenas pelo espectro das palavras, mas descritível pelos iluminados instantâneos (agora permanentes) projetados em espaços de paradisíaca natureza, integrando-os nos anais da história visual, lavrada, aqui, em homenagem aos viajantes de todos os tempos” (Péricles Prade, na apresentação desta edição).
Legendas em quatro idiomas (português, inglês, francês e espanhol).
Título: Santa Catarina – Cores e SentimentosFotógrafo: José Paiva
Gênero: Fotografia
Peso: 310 g
ISBN: 85-7531-125-5
Formato: Brochura, 24,5 x 16,5 x 0,8 cm
Nº de páginas: 96
Preço de capa: R$ 34,00
Outros volumes da Coleção Cores e Sentimentos: Brasil, Amazônia, Bahia, Ceará, Minas Gerais – Cidades Históricas, Pantanal, Pará, Pernambuco, Região Sul, Rio de Janeiro, São Paulo.
São Paulo.
Giovana Pasquini
Assessoria de Imprensa
Escrituras Editora
Rua Maestro Callia, 123 – Vila Mariana
04012-100 – São Paulo-SP
(11) 5082-4190 www.escrituras.com.br
São mais de 167 sinalizações rupestres distribuídas em 14 sítios arqueológicos com gravuras esculpidas nas pedras, além de nove oficinas líticas usadas pelos antigos para produzir, afiar e polir instrumentos.
Localizada a sudeste da Ilha de Santa Catarina (a porção insular de Florianópolis), a cerca de 2 km da Praia do Campeche, a Ilha do Campeche, além de possuir uma praia paradisíaca, abriga um enorme patrimônio arqueológico.
Tudo isto está distribuído numa área de apenas 500 mil metros quadrados. É a maior concentração de monumentos rupestres do Atlântico Sul.
Os desenhos encontrados ali tem 14 formatos distintos, sendo 12 deles geométricos. Muitos desenhos apresentam características encontradas apenas no litoral catarinense.
O significados destas inscrições ainda é um mistério para os pesquisadores , suscitando muitas hipóteses. Estes são vestígios de civilizações que viveram ali há mais de dois mil anos, conhecidos como “Homens do Sambaqui”.
Em reconhecimento a sua importância histórica e arqueológica, O Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional IPHAN, tombou a Ilha do Campeche em julho de 2000 como patrimônio arqueológico e paisagístico brasileiro.
Os primeiros europeus que ali tiveram fizeram muitas detonações com dinamite, destruindo muitos sítios arqueológicos em busca de tesouros que nunca encontraram.