Vale dos Vinhedos

Em fevereiro fiz uma rápida viagem para o Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha. Meu objetivo principal era fotografar a recém inaugurada Alba Destilaria, do meu irmão caçula, Pedro Paiva, que fica em Monte Belo do Sul. Fiquei hospedado na charmosa Pousada do Valle, na pitoresca e pequena cidade histórica de Santa Teresa, vizinha a Monte Belo. A Pousada está instalada no prédio mais antigo da cidade, que aliás está repleta de construções históricas.

A Alba Destilaria tem a proposta de produzir destilados monovarietais (de uma única uva) a partir de uma destilação lenta e cuidadosa em “banho maria”. Os destilados produzidos são a grappa, o brandy e eau de vie. Além disso, a Alba vai começar a produzir no inverno cachaça de cana-de-açucar com variedades antigas . Uma verdadeira alquimia para extrair a essência das plantas.

Aproveitei para conhecer (e fotografar também, claro) a vinícola Vinum Terra. Também fica em Monte Belo do Sul e tem uma proposta bem especial. Sob a orientação do enólogo Edgar Luis Giordani (especialista em agricultura biodinâmica por Botucatu-SP) produz vinhos naturais (sem nada de químicos). Seus vinhedos estão no processo de transição para a agricultura orgânica e biodinâmica. Anexo a vinícola funciona a Locanda di Lucca, dirigida pela Chef Marilei Giordani, que oferece uma experiência gastronômica na linha slow food com produtos orgânicos e biodinâmicos da região.

Foi minha segunda viagem para a região. A primeira foi uma viagem de bicicleta com os amigos do Caminhos do Sertão, que também recomendo muito! Vale a pena conhecer o Vale dos Vinhedos além dos roteiros turísticos tradicionais.

Como fazer fotografia com lightpainting

A palavra fotografia vem do grego e significa escrita com luz. O termo “light painting” vem do inglês e significa pintando com luz. Na prática podemos classificar a fotografia light painting em três tipos:

1 – Aquela em que a câmera fica parada e a cena é iluminada seletivamente por um fonte de luz durante uma longa exposição.

2 – Aquela em que a câmera fica parada e o fotógrafo desenha com um fonte de luz apontada para a câmera, também durante uma longa exposição.

3 – Aquela em que durante uma longa exposição o fotografo movimenta a câmera e na cena fotografada existem fontes de luz.

Aqui neste artigo vamos abordar as duas primeiras técnicas que podem ser usadas em conjunto.

Os primeiros registros que se tem de light painting foram dos inventores franceses Etienne Jules Marey e Georges Demeny, que faziam estudos de movimentos com luzes fixadas em partes do corpo humano. O primeiro uso artístico do light painting foi do conhecido artista norte americano Man Ray na série Space Writing de 1935. A série de light painting mais famosa da história entretanto foi a que o fotógrafo Gjon Mili, da revista Life, fez com Picasso em 1949.

O que você precisa para fazer uma fotografia light painting?

Uma câmera com controle manual de velocidade, um tripé e uma fonte de luz. Só isso. Bem, talvez nem isso…

Câmera com controle manual de velocidade

Para que possibilite uma longa exposição de, digamos, 30 segundos ou mais. Todas as câmeras DSLR/mirrorless possibilitam exposições de até 30 segundos e a velocidade B (bulb). Quando você coloca em B o obturador vai ficar aberto enquanto você mantiver-lo pressionado.

Existem alguns celulares Android que tem controles para velocidade e também possibilitam fazer longas exposições.  Se o seu celular não faz isso você vai precisar de um app que desbloqueie essa função. Existem vários, alguns gratuitos inclusive. Abaixo duas sugestões:

Para Iphone – http://www.nightcapcamera.com/nightcap-camera/

Para Android – https://www.camerafv5.com/

Tripé

Extremamente necessário. Você pode tentar apoiar em algum lugar mas nem sempre isso funciona e vai dificultar todo o trabalho de composição e fotografia. Um bom tripé é aquele que vai deixar sua câmera bem estável e os ajustes vão funcionar na hora da foto. Um mau tripé é aquele que qualquer ventinho vai derrubar e que na hora da foto a câmera não para onde você quer. Então não precisa comprar um tripé suiço mas invista num tripé que não vai te deixar na mão.

Antes de montar o tripé eu costumo achar o ângulo que eu vou fotografar com a câmera na mão para então montar o tripé na altura e local certos. Outra dica é abrir todos os estágios do tripé ao mesmo tempo, colocar na posição e ir travando até ele ficar onde você quer. Importante nivelar o tripé para ele não ficar inclinado, pois isso deixa a câmera instável e com risco de cair no chão. Se o seu tripé não tem um nível de bolha para ajuda-lo a nivelar você pode comprar um avulso em lojas de fotografia.

Se estiver usando uma objetiva com estabilizador de imagem (IS na Canon e VR na Nikon) desligue, pois eles só funcionam quando você usa a câmera na mão e podem comprometer sua fotografia, pois ficam tentando estabilizar sua imagem sem saber que a câmera está no tripé.

Fonte de luz

A fonte de luz pode ser qualquer tipo de lanterna: com lâmpada de LED ou incandescente, grande, média, pequena. Eu pessoalmente prefiro as de led porque a cor não fica tão amarelada. Costumo usar uma lanterna pequena que tem um regulagem no facho de luz, podendo deixa-lo mais concentrado ou mais aberto.

Mas a fonte de luz pode ser também lanternas de bicicleta, neon, celulares (também existem aplicativos para iluminação light painting), bombril em chamas, etc. Qualquer coisa que emita luz funciona. Se for usar uma fonte de luz com fogo, como o bombril por exemplo, tome o cuidado de fazer isso num ambiente externo amplo e sem nada inflamável por perto para não provocar um incêndio.

Existem já lanternas específicas para light painting, cujo diferencial é terem um botão que só deixa a luz acesa enquanto você pressiona o mesmo, o que é bem prático. Além disso tem bocais que adaptam a diferentes acessórios.

Veja aqui alguns exemplos.

Na verdade com um pouco de criatividade você pode improvisar vários acessórios usando garrafas pet, celofane colorido e assim por diante.

Como fazer fotografia light painting

1 – Coloque a câmera no tripé. Desligue o estabilizador de imagem.

2 – Ajuste a câmera. Sugiro estes parâmetros iniciais (vão depender da potência das fontes de luz)

  • Modo manual
  • Formato: RAW (preferencialmente, mas pode ser JPEG também)
  • ISO 100
  • Velocidade B (bulb)
  • Abertura do diafragma f 8
  • WB – White balance (balanço de branco)  – Eu prefiro usar sempre luz do dia e depois ajustar o WB no Lightroom ou Photoshop. Se você usar luz incandescente o tom vai ficar “quente “ (amarelado). Se você quiser um tom mais neutro pode usar o WB para tungstênio.
  • Na minha câmera uso a configuração: redução de ruído para longa exposição, pois em longas exposições alguns fotodiodos podem superaquecer provocando hot pixels, que são pixels claros na imagem, numa área que deveria estar escura. Isso vai aumentar o tempo de processamento da imagem e consequentemente gastar mais bateria mas acho que vale a pena.

3 – Faça a composição e o foco – Se você estiver num ambiente interno, pode acender a luz, compor, fazer o foco no automático e depois passar para o foco manual, para que a câmera não fique tentando refocar na hora do light painting. Depois desligue a luz para fotografar. Se estiver num ambiente externo você pode iluminar a cena com a lanterna para compor, depois o ponto que vai focar com sua lanterna e fazer o foco automática e depois desliga-lo.  Se você estiver com mais alguém para ajudar fica mais fácil pois a pessoa pode iluminar de perto um ponto para fazer o foco.

4 – Feito o foco e a composição você está pronto para clicar. Eu sempre uso um cabo propulsor (cable release) para evitar que a câmera vibre com a pressão do meu dedo. Também uso a configuração Mup (mirror up) que faz com que no primeiro clique o espelho levante para depois no segundo clique a cortina abra e comece a exposição. O cable release tem a opção de travar aberto para que mesmo sozinho eu possa sair de trás da câmera para iluminar. Se você não tiver um cable release pode usar 30 segundos e criar uma foto que você consiga iluminar nesse tempo.

5 – Aberto o obturador é hora de iluminar

Se você não quer aparecer na foto melhor vestir uma roupa escura, se movimentar durante a exposição e não apontar a lanterna para si mesmo, pois você vai estar em quadro durante a exposição.

Procure sempre apontar a lanterna para o que você quer iluminar, pois se você apontar a lanterna para a câmera vai aparecer um rastro de luz (o que as vezes pode ficar interessante). Se você quiser criar desenhos de luz aí sim, aponte a lanterna para a câmera e solte a criatividade.

Procure iluminar apenas algumas áreas que você acha interessantes pois se você iluminar a cena toda de forma homogênea não vai parecer um light painting. Eu gosto de iluminar os assuntos de perto, tipo meio metro de distância da lanterna, para fazer uma iluminação mais pontual e não aberta.

Se você estiver fazendo um retrato, procure passar a lanterna apenas uma vez por cada área do retratado, pois senão vai formar-se imagens duplas ou com falta de nitidez pois a pessoa não consegue ficar completamente imóvel.

6 – Depois de terminar a foto é hora de esperar o processamento da imagem e conferir. Não se preocupe se a primeira imagem não ficou boa, isso é normal. Ela vai servir para avaliar onde você iluminou pouco e onde iluminou demais. Se toda ela estiver sub ou super exposta, melhor mudar a abertura do diafragma. A segunda foto com certeza vai ficar melhor pois você vai ajustar a iluminação. Tenha em mente que light painting não é uma ciência exata, ou seja, uma foto nunca vai ficar igual a outra pois depende do jeito que você iluminou a cena.

O tempo de exposição na verdade vai ser o tempo que você precisa para iluminar a cena. Se na cena escolhida tem alguma luz ambiente melhor você fazer a primeira foto sem light painting para ajustar a exposição inicial.

Agora é por mãos a obra e se divertir com o resultado. Essa técnica é muito legal pois a imagem só existe na câmera. Você não consegue ver a cena pintada pela lanterna a olho nú. Então isso atiça a curiosidade de ver a foto processada no LCD da câmera.

A criatividade não tem limites no light painting: velas, lanternas diferentes, luzes de natal, celofane colorido, laser, etc. Boas fotos!

Canela natural

A cidade de Canela, na serra gaúcha, é bem conhecida, juntamente com sua irmã Gramado, pelas atrações turísticas. O que nem todos sabem é que, além dos parques temáticos, das fábricas de chocolate, dos restaurantes e da Cascata do Caracol, a região tem uma natureza exuberante que vale muito a pena conhecer.

A serra gaúcha está inserida dentro do bioma Mata Atlântica e a paisagem mais típica da região é a Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como Floresta de Araucárias. A araucária, ou pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia), é o único pinheiro nativo do Brasil. Todos os outros pinheiros que encontramos por aqui são espécies exóticas, ou seja, foram trazidas de outros países da Europa ou América do Norte.

As araucárias são angiospermas, ou seja, árvores que tem sementes mas não tem flores nem frutos. As sementes, conhecidas como pinhões, são muito apreciadas na região sul, sejam cozidas, na chapa, ou em outras receitas. As araucárias só ocorrem na região sul e eventualmente em Minas Gerais e São Paulo, pois precisam de frio para crescer.

Infelizmente as araucárias foram intensamente devastadas nos anos 50 e 60 pois sua madeira era muito usada para construção e hoje em dia restam menos de 3% da área original dessa floresta. Saiba mais sobre o assunto no site da APREMAVI.

Fotografia de longa exposição – como fazer

Quando falamos em longa exposição estamos falando daquelas fotografias em que a câmera está num tripé e a velocidade de obturação, ou seja o tempo em que a cortina do obturador que controla a entrada da luz até o sensor, é de vários segundos.

Mas afinal para que serve uma exposição longa? Além do famoso efeito de véu em fotografias de cachoeira, podemos usar também em fotos de outros corpos d’água: lagos, mar e rios por exemplo. Pessoas em movimento ficarão com um aspecto fantasmagórico. Fotos noturnas urbanas ficarão com rastros de luz dos veículos. Em dias de vento as nuvens e a vegetação ficarão borradas. Você pode descobrir outras situações para usar esta técnica, o importante é entender como funciona.

Quando clicamos a câmera, o que acontece? O espelho levanta (se for uma DSLR), a cortina do obturador abre, a luz refletida pelo nosso assunto (uma paisagem por exemplo) chega até o sensor e depois a cortina fecha e o espelho desce. Nessa ordem. No caso de uma longa exposição a cortina fica aberta por vários segundo e durante esse tempo o que estiver em movimento vai ficar borrado. Pode ser a água, as pessoas, as luzes dos carros, etc. Isso vai dar um efeito que pode ser um véu na água, pessoas semi translúcidas e rastros de luz, por exemplo.

Bem, então vamos ver quais os cuidados para fazer esse tipo de fotografia:

1 – TRIPÉ

Extremamente necessário. Você pode tentar apoiar em algum lugar mas nem sempre isso funciona e vai dificultar todo o trabalho de composição e fotografia. Um bom tripé é aquele que vai deixar sua câmera bem estável e os ajustes vão funcionar na hora da foto. Um mau tripé é aquele que qualquer ventinho vai derrubar e que na hora da foto a câmera não para onde você quer. Então não precisa comprar um tripé suíço mas invista num tripé que não vai te deixar na mão.

Antes de montar o tripé eu costumo achar o ângulo que eu vou fotografar com a câmera na mão para então montar o tripé na altura e local certos. Outra dica é abrir todos os estágios do tripé ao mesmo tempo, colocar na posição e ir travando até ele ficar onde você quer. Importante nivelar o tripé para ele não ficar inclinado, pois isso deixa a câmera instável e com risco de cair no chão. Se o seu tripé não tem um nível de bolha você pode comprar um avulso em lojas de fotografia.

Se estiver usando uma objetiva com estabilizador de imagem (IS na Canon e VR na Nikon) desligue, pois eles só funcionam quando você usa a câmera na mão e podem comprometer sua fotografia, pois ficam tentando estabilizar sua imagem sem saber que a câmera está no tripé.

2 – COMPOSIÇÃO

Depois de escolher seu assunto, faça a composição já considerando o movimento borrado do seu assunto como parte da mesma. Importante depois de compor verificar se o seu tripé está todo bem travado pois você não vai querer que ele se mova na hora de clicar.

Nesse momento faça o foco e se estiver usando o automático melhor desligar para não perder o foco depois.

3 – AJUSTES

Para maximizar o tempo de exposição use o menor ISO disponível na sua câmera, normalmente 50 ou 100. Algumas câmera tem um valor de ISO interpolado menor que 100. Quanto mais você fechar a abertura do diafragma maior será o tempo de exposição, então você pode usar f22 ou f32 por exemplo. O problema é quanto mais fechada a abertura do diafragma maior o efeito da difração, que vai reduzir a nitidez geral da imagem. Você talvez não note isso no visor da câmera que é pequeno mas se ampliar no tela do seu computador a 100% vai perceber. Se for só pra usar na internet não tem problema mas melhor evitar isso antes de você fazer aquela impressão pra por na parede certo? As objetivas tem sua melhor performance e definição em aberturas entre f 5.6,  f 8 e f 11. Mas se eu não fechar todo o diafragma como vou conseguir uma longa exposição?

4 – FILTROS ND

Aí entram os filtros ND – que significa neutral density, ou densidade neutra. Eles simplesmente reduzem a quantidade de luz que entra pela objetiva. Ora, você pode pensar, mas qualquer vidro escuro não faria isso? Porque gastar com mais um filtro? Então eu pergunto: se você economizou pra comprar um ótima objetiva para sua câmera porque queria qualidade nas suas imagens vai colocar um vidro qualquer na frente da lente? Isso vale para todos os filtros que você for usar: não adianta ter uma boa objetiva e colocar um filtro de má qualidade na frente.

Existem 3 tipos de filtros ND: sólido, gradual e variável.

SÓLIDO – Ele vai escurecer a imagem de forma homogênea.

GRADUADO – vai escurecer a imagem com um degradê que vai do zero ao máximo e essa passagem pode ser de forma rápida ou lenta.

VARIÁVEL – varia a intensidade que escurece a imagem conforme você gira o filtro.

Eu uso somente o sólido. Porque? O graduado pode ser muito bom para equilibrar a luz do céu com a do chão por exemplo, mas eu prefiro fazer isso usando o filtro graduado do Lightroom. O variável é interessante pois você pode ter um filtro só para diferentes situações mas as vezes pode ser que ele não escureça de forma homogênea a imagem.

Os filtros ND tem diferentes intensidades que são expressas como ND2 (passa metade da luz), ND 4 (passa um quarto da luz) e assim por diante. Os mais usados são o ND64 (reduz 6 pontos de luz) e o ND1024 (reduz 10 pontos de luz), também conhecidos como little stopper e big stopper. Dependendo do fabricante muda a forma como os filtros são especificados. Para um fim de tarde o little stopper é suficiente mas se você for fotografar num local com muita luz vai precisar do big stopper.

Se você ainda não possuir um filtro ND pode usar um polarizador regulado para o máximo de densidade. Isso vai reduzir a luz em dois pontos e já vai ajudar a baixar o tempo de exposição. Se você for fotografar no crepúsculo com pouca luz talvez nem precise de um filtro.

5 – FOTOMETRIA

Ajustado o tripé, a composição, o foco, colocado o filtro, vamos a fotometria, ou seja, a medição da luz. Coloque no modo manual e feche o diafragma até f11 por exemplo. Ajuste a velocidade até zerar o fotômetro. Se estiver dando mais de um segundo já vai dar um efeito legal, mas quanto mais longo o tempo de exposição maior o efeito. Sempre bom fazer vários testes e ver a diferença entre diferentes exposições. Eu costumo usar 30 segundos na maioria das vezes pois é a mais baixa velocidade que minha câmera tem. Se eu quiser fazer uma exposição mais longa vou ter que usar B (bulb) e medir um tempo com um cronômetro.

6 – CLIC

Alguns cuidados na hora do clic:

  • use um cabo disparador ou um controle remoto, pois se você apertar o botão seu dedo vai fazer a câmera tremer. Se você não tem esse acessório também pode usar o timer da câmera ou a função retardo de disparo.
  • Use a função mirror up. Como funciona? No primeiro clic o espelho levanta e no segundo clic a cortina abre. Isso porque quando o espelho levanta ele produz uma vibração na câmera.
  • Se tiver luz por traz da câmera melhor fechar a ocular para evitar entrada de luz por ali.
  • Se tiver muito vento você pode pendurar sua mochila ou outro peso no tripé para estabilizar.
  • Tenha à mão baterias extras pois as longas exposições consomem bastante energia.

7 – DEPOIS DO CLIC

Depois de feita a fotografia confira dando um zoom no visor pra ver se não ficou tremida.

Experimente diferentes assuntos, diferentes exposições, diferentes ângulos e composições. Coloque um assunto em movimento em diferentes planos. Você pode obter resultados surpreendentes e originais. As fotografias de longa exposição vão mostrar uma imagem que o nosso olho não vê. A passagem do tempo introduz uma quarta dimensão a sua fotografia. Você pode também usar um light painting durante a exposição mas isso é o tema do nosso próximo artigo. Boas fotos!

Zé Paiva fotografando na Lagoa dos Patos, Tavares, RS.

Primavera nos olhos

Foto de Gregory Colbert do projeto “Ashes and Snow”.

Já que estamos em quarentena e provavelmente ainda vamos ficar um bom tempo, vou dar aqui sugestões de filmes que tem em comum a fotografia: alguns são sobre fotógrafos e outros feitos por fotógrafos. Essa é a minha seleção, espero que gostem!

1. Ashes and Snow (2005)

A primeira sugestão é o trabalho de um fotógrafo canadense incrível chamado Gregory Colbert. Este projeto é um estudo de sua autoria sobre o relacionamento entre humanos e animais num formato que ele chama de documentário poético. Vale a pena entrar em seu site clicando aqui para saber mais sobre seu trabalho. Infelizmente, o filme completo não está disponível na internet, mas no seu canal no Vimeo pode-se assistir a vários curtas do projeto. Abaixo, um deles:

2. Tales by Light (2015)

Esta é uma ótima série que pode ser conferida na Netflix. São 3 temporadas, em que cada episódio aborda um fotógrafo diferente. Recomendo especialmente os dois episódios sobre o mestre Art Wolf.

Aliás, tenho aqui uma dica extra! Art Wolf tem uma série muito legal que se chama “Travels to the Edge”. Você pode dar uma espiada no site https://travelstotheedge.com/.

3. Nosso Planeta (2019)

Outra excelente série disponível na Neftlix. Tem 8 episódios e foi realizada pela mesma equipe que fez “Planet Earth” para a BBC. A fotografia é espetacular e a narração é de, ninguém mais, ninguém menos do que Sir David Attemborough.

4. O Sal da Terra (2014)

Agora a dica é de um brasileiro: o grande Sebastião Salgado. Esse documentário foi dirigido pelo cineasta alemão Win Wenders junto com o filho de Salgado, Juliano. O filme conta a história desse que é um dos mais importantes fotógrafos da atualidade, mesclando fotografias e depoimentos

https://youtu.be/pG3YLpZKomE

5. A Pele (2006)

Filme dirigido por Steven Shainberg e com Nicole Kidman no papel principal. A obra conta a história de Diane Arbus, uma dedicada mãe e esposa de um fotógrafo que ao conhecer um vizinho peculiar, resolve desenvolver o seu próprio trabalho fotográfico e torna-se uma das mais importantes artistas do século XX.

6. Lixo Extraordinário (2010)

Excelente documentário de Lucy Walker sobre o trabalho que o artista brasileiro Vik Muniz desenvolveu (usando, entre outras técnicas, a fotografia) no Jardim Gramacho, na época, o maior “lixão” da América Latina.

7. A Vida Secreta de Walter Mitty (2013)

Por último, para relaxar um pouco, esta pérola dirigida e estrelada por Ben Stiller. O filme conta a história de um tímido funcionário do arquivo de fotografias da revista Life que não consegue encontrar um importante negativo fotográfico. A busca pelo negativo leva-o a viver aventuras incríveis mundo afora atrás de um importante fotógrafo, responsável pela fotografia sumida.

Se você não tiver algum desses filmes ou séries disponíveis em seu aplicativo de streaming, pode descobrir outros lugares para assisti-los com a ajuda do site https://www.justwatch.com/

Espero que com estes filmes você veja a primavera mesmo que estejamos no outono, pois é o nosso olhar que cria a realidade! Carpe diem!

Do jardim ao poder

Podem me chamar de otimista incorrigível, mas sempre consigo ver o lado positivo de tudo. Mesmo nestes tempos de pandemia, em que estamos confinados, em quarentena, e muitas pessoas podem morrer, podemos ver coisas positivas. A solidariedade e a compaixão está brotando naturalmente em muitas pessoas que estão ajudando as outras neste momento delicado.

Também pode ser um momento para pararmos um pouco com a correria do dia-a-dia e refletirmos sobre a vida, tanto a nível pessoal quanto a nível planetário. Para onde estamos indo? Será este o melhor caminho para nós e para o planeta? Neste sentido vou sugerir alguns livros e filmes que podem ajudar nessa reflexão.

FILMES

A primeira sugestão é um filme chamado “Human” do grande cineasta e fotógrafo Yann Arthus-Bertrand .

Bertrand ficou conhecido primeiramente pelo seu trabalho com fotografia aérea, sendo que seu projeto mais famoso resultou no livro “The Earth from the Air” (A Terra vista do Céu). Este projeto foi patrocinado pela UNESCO e vendeu 4,2 milhões de cópias em 27 idiomas. Esta obra teve como objetivo mostrar a situação da Terra a partir da Eco 92 no Rio de Janeiro.

Depois disso ele fundou a ONG ambientalista Fondation Good Planet e, através dela, produziu um filme chamado “Home”, com imagens aéreas e narração de Jodie Foster. O filme conta de maneira magistral a história do planeta Terra e sua situação hoje em dia.

LIVROS

Agora vamos às sugestões de livros. O primeiro é de autoria da escritora alemã Andrea Wulf sobre a vida e obra de Alexander Von Humboldt, um naturalista que viveu entre os séculos XVIII e XIX e influenciou várias gerações de cientistas e ambientalistas. Ele nasceu na Alemanha e fez duas grandes expedições durante sua vida: a primeira pela América e a segunda pela Rússia. Com o fruto dessas viagens ele escreveu várias obras que serviram de inspiração para Darwin, Júlio Verne e Simon Bolivar, entre outros.

Ele pode ser considerado um dos primeiros ecologistas do mundo, pois naquela época já havia se dado conta que toda a natureza do planeta está interligada. Ele costumava dizer que os naturalistas do seu tempo estavam mais interessados em catalogar espécies, enquanto ele estava mais preocupado com as relações entre os seres vivos. Foi um visionário que anteviu muitos problemas ambientais que temos hoje. O livro tem 592 páginas, mas está escrito de forma fluida que prende o leitor do início ao fim.

Outro livro que gostaria de sugerir é de um dos mais importante ambientalistas brasileiros do século XX: José Lutzenberger. O livro se chama “Manual de Ecologia – do jardim ao poder”. “Lutz”, como era conhecido, foi um precursor do ambientalismo no Brasil. Ele foi o fundador da primeira ONG ambientalista do Rio Grande do Sul, a AGAPAN. Neste livro de 1992 ele discute a (possível) harmonia entre o progresso e a natureza.

Espero que vocês curtam as sugestões. Me digam depois o que acharam. Bons livros e filmes são uma ótima fonte de inspiração para mudar a si mesmo e ao mundo. Como dizia Gandhi: “Seja a mudança que você ver no mundo”.

Maracajá, o parque dos macacos

Na volta de Araranguá, onde fui montar a exposição itinerante “Bichos do Sul”, parei para revisitar o Parque Ecológico Maracajá, que fica em Santa Catarina, no município homônimo. Eu já havia fotografado esse parque em 2004, quando estava fazendo as fotografias para meu livro “Expedição Natureza Santa Catarina”. Na época não vi nenhum macaco, mas dessa vez vi muitos. Segundo o pessoal da recepção, existem mais de cem macacos-prego (Sapajus apella) numa área de 112 hectares.

Os animais estão bem acostumados com a presença humana, provavelmente porque as pessoas dão alimentos, o que não é uma boa prática. Primeiro porque eles podem contrair doenças através da comida dos humanos. Segundo porque assim eles ficam habituados a receber comida e podem tornar-se agressivos se não dermos, ou mesmo invadir as casas em busca de comida, o que já fazem lá. A visita vale a pena, mesmo assim, pois as trilhas suspensas de madeira são muito legais e você com certeza vai ver muitos macacos livres na natureza. Só não esqueça de não alimentar os animais. Na verdade talvez seja melhor nem levar comida para eles não ficarem curiosos e talvez até roubarem sua mochila!

HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO

Segunda a Sexta das 8h às 17h
Sábado, domingo e feriados das 8h30 às 18h

ENDEREÇO

BR 101, Km 404 ,
Vila Beatriz, Maracajá – SC

ENTRADA

Maiores de 12 anos pagam R$ 5

CONTATOS

Fone: (48) 3523-0420

Jardim Botânico, a jóia do Rio

O Jardim Botânico do Rio de Janeiro na história:
Foi fundado em 13 de junho de 1808. Ele surgiu de uma decisão do então príncipe regente português D. João de instalar no local uma fábrica de pólvora e um jardim para aclimatação de espécies vegetais originárias de outras partes do mundo. Hoje, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro – nome que recebeu em 1995, é um órgão federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e constitui-se como um dos mais importantes centros de pesquisa mundiais nas áreas de botânica e conservação da biodiversidade.

O Jardim Botânico do Rio de Janeiro por Zé Paiva:
Na minha última ida ao Rio (Maio/2019) visitei essa joia e recomendo! Cada ida é uma surpresa, pois em cada uma se revela um novo recanto secreto que ainda não tinha observado. A coleção de plantas é impressionante e faz a gente se dar conta da imensa biodiversidade da natureza e de sua beleza. Abaixo, as melhores fotos que tirei na visita:

 

Como funciona a mentoria em fotografia?

Para explicar como funciona a mentoria em fotografia vou contar um caso prático que aconteceu em 2014, quando fui procurado pelo biólogo Ricardo Binfaré, na época mestrando na Universidade Federal de Santa Catarina. Seu projeto de mestrado teria como produto final o “Guia Ilustrado da Flora da Restinga de Santa Catarina”. Consequentemente, ele precisava de muitas fotografias de qualidade para compor esta obra.

Começamos fazendo um levantamento de todas as necessidades existentes para atingir o objetivo e montamos um programa de mentoria de oito encontros, onde abordamos os tópicos: organização e catalogação de arquivos fotográficos no Adobe Lightroom; tratamento das imagens no mesmo software; técnica, composição e iluminação para fotografias de flora.

Vejam abaixo o resultado final e o depoimento do Ricardo sobre a mentoria:

“Procurei o Zé em agosto de 2014, pois estava pensando em fazer, como parte da minha dissertação de mestrado, um Guia com fotografias para auxiliar os profissionais da área ambiental na identificação das espécies da flora da restinga de Santa Catarina. Como leigo em fotografia, lembrei do Zé pois, como Biólogo que trabalha na área, já tinha visto muitas fotografias excelentes da nossa fauna e flora registradas por ele.

Depois de uma reunião inicial, acertamos um pacote de poucas aulas que acabaram por mudar drasticamente a qualidade das minhas fotografias. Em suma, posso dizer que com muita calma e paciência, o Zé:

  1. Apresentou conceitos básicos e muito importantes da área;
  2. Mostrou os equipamentos mais adequados considerando os meus objetivos e a maneira adequada de utilizá-los, dos quais destaco o flash e o tripé como elementos que passaram a ser muito mais usados por mim e que mudaram minha maneira de fotografar as plantas;
  3. Corrigiu alguns vícios que eu tinha quanto à velocidade de obturação e abertura de diafragma quando fotografava;
  4. Mostrou algumas manhas para o tratamento das fotos;
  5. Apresentou softwares que me permitiram editar de forma mais otimizada o grande acervo que montei;
  6. Entre outros muitos ensinamentos que, em pouco tempo, fizeram a diferença e elevaram a qualidade do meu trabalho.

Em 2016, como parte da minha dissertação, nasceu o Guia Ilustrado da Flora da Restinga de Santa Catarina, com mais de 1600 fotografias, que foi muito bem recebido pelos profissionais da área ambiental que necessitam identificar as espécies da bela flora do nosso Estado em seu cotidiano de atuação.

Parte desse sonho realizado devo ao Zé Paiva, que com muita dedicação ensinou parte do seu vasto conhecimento sobre a arte de fotografar.”

Ricardo Wabner Binfaré

 

A mentoria pode ser aplicada a qualquer tipo de projeto fotográfico: artístico, documental ou técnico. Ou seja, a aula será feita especialmente para o seu caso, indo direto ao assunto para aprender o que precisa com qualidade e em pouco tempo. Entre em contato conosco através de e-mail ou Whatsapp (48 99133 9660) e nos fale como podemos lhe ajudar!

Para saber mais sobre o serviço, acesse nossa página focada no assunto.

Festival de Fotografia de Paraty

Este ano fui pela segunda vez ao famoso PEF – Paraty em Foco, o festival de fotografia de Paraty, que já está na sua 14ª edição (um dos mais antigos do Brasil). Os festivais de fotografia tiveram origem nas semanas de fotografia da FUNARTE na década de 80. Hoje temos vários festivais em diversas cidades do Brasil. Este ano já estive no FestFoto em Porto Alegre, inspirado no FotoFest de Houston, e estive também no BC Foto Festival, que foi em agosto em Balneário Camboriú.

Os festivais são muito interessantes pois além de você poder fazer workshops, leituras de portfólio, ver exposições, palestras e projeções, ainda tem a oportunidade de encontrar e conhecer fotógrafos do Brasil e até do exterior. Para um fotógrafo, seja profissional ou amador, é muito estimulante, além de eventualmente propiciar contatos para novos projetos.

Este ano entrei na convocatória para expor no PEF com o meu ensaio “Iluminados, personagens da Ilha de Santa Catarina”, que foi contemplado com o Prêmio FUNARTE Marc Ferrez em 2012. Para minha alegria recebeu menção honrosa no Paraty em Foco.

Maureen Bisilliat e Sergio Burgi – foto de Nereu Jr.

Apesar da escassez de patrocínios, o festival teve muitas atrações e convidados ilustres como a homenageada de 2018 Maureen Bisilliat, fotógrafa inglesa naturalizada brasileira, que exibiu seu ensaio “A João Guimarães Rosa” e participou da mesa “Equivalências”, onde foi entrevistada por Sérgio Burgi.

Eu tive a oportunidade de participar do workshop sobre Curadoria em Fotografia de Éder Chiodetto, considerado por muitos um dos mais importantes curadores de fotografia hoje no Brasil. Foi muito interessante e me ajudou bastante na edição do trabalho que vou exibir dia 30 de outubro na galeria da Assembléia Legislativa do estado de Santa Catarina: “O somsilêncio da imagem”.