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Fotografia de longa exposição – como fazer

Quando falamos em longa exposição estamos falando daquelas fotografias em que a câmera está num tripé e a velocidade de obturação, ou seja o tempo em que a cortina do obturador que controla a entrada da luz até o sensor, é de vários segundos.

Mas afinal para que serve uma exposição longa? Além do famoso efeito de véu em fotografias de cachoeira, podemos usar também em fotos de outros corpos d’água: lagos, mar e rios por exemplo. Pessoas em movimento ficarão com um aspecto fantasmagórico. Fotos noturnas urbanas ficarão com rastros de luz dos veículos. Em dias de vento as nuvens e a vegetação ficarão borradas. Você pode descobrir outras situações para usar esta técnica, o importante é entender como funciona.

Quando clicamos a câmera, o que acontece? O espelho levanta (se for uma DSLR), a cortina do obturador abre, a luz refletida pelo nosso assunto (uma paisagem por exemplo) chega até o sensor e depois a cortina fecha e o espelho desce. Nessa ordem. No caso de uma longa exposição a cortina fica aberta por vários segundo e durante esse tempo o que estiver em movimento vai ficar borrado. Pode ser a água, as pessoas, as luzes dos carros, etc. Isso vai dar um efeito que pode ser um véu na água, pessoas semi translúcidas e rastros de luz, por exemplo.

Bem, então vamos ver quais os cuidados para fazer esse tipo de fotografia:

1 – TRIPÉ

Extremamente necessário. Você pode tentar apoiar em algum lugar mas nem sempre isso funciona e vai dificultar todo o trabalho de composição e fotografia. Um bom tripé é aquele que vai deixar sua câmera bem estável e os ajustes vão funcionar na hora da foto. Um mau tripé é aquele que qualquer ventinho vai derrubar e que na hora da foto a câmera não para onde você quer. Então não precisa comprar um tripé suíço mas invista num tripé que não vai te deixar na mão.

Antes de montar o tripé eu costumo achar o ângulo que eu vou fotografar com a câmera na mão para então montar o tripé na altura e local certos. Outra dica é abrir todos os estágios do tripé ao mesmo tempo, colocar na posição e ir travando até ele ficar onde você quer. Importante nivelar o tripé para ele não ficar inclinado, pois isso deixa a câmera instável e com risco de cair no chão. Se o seu tripé não tem um nível de bolha você pode comprar um avulso em lojas de fotografia.

Se estiver usando uma objetiva com estabilizador de imagem (IS na Canon e VR na Nikon) desligue, pois eles só funcionam quando você usa a câmera na mão e podem comprometer sua fotografia, pois ficam tentando estabilizar sua imagem sem saber que a câmera está no tripé.

2 – COMPOSIÇÃO

Depois de escolher seu assunto, faça a composição já considerando o movimento borrado do seu assunto como parte da mesma. Importante depois de compor verificar se o seu tripé está todo bem travado pois você não vai querer que ele se mova na hora de clicar.

Nesse momento faça o foco e se estiver usando o automático melhor desligar para não perder o foco depois.

3 – AJUSTES

Para maximizar o tempo de exposição use o menor ISO disponível na sua câmera, normalmente 50 ou 100. Algumas câmera tem um valor de ISO interpolado menor que 100. Quanto mais você fechar a abertura do diafragma maior será o tempo de exposição, então você pode usar f22 ou f32 por exemplo. O problema é quanto mais fechada a abertura do diafragma maior o efeito da difração, que vai reduzir a nitidez geral da imagem. Você talvez não note isso no visor da câmera que é pequeno mas se ampliar no tela do seu computador a 100% vai perceber. Se for só pra usar na internet não tem problema mas melhor evitar isso antes de você fazer aquela impressão pra por na parede certo? As objetivas tem sua melhor performance e definição em aberturas entre f 5.6,  f 8 e f 11. Mas se eu não fechar todo o diafragma como vou conseguir uma longa exposição?

4 – FILTROS ND

Aí entram os filtros ND – que significa neutral density, ou densidade neutra. Eles simplesmente reduzem a quantidade de luz que entra pela objetiva. Ora, você pode pensar, mas qualquer vidro escuro não faria isso? Porque gastar com mais um filtro? Então eu pergunto: se você economizou pra comprar um ótima objetiva para sua câmera porque queria qualidade nas suas imagens vai colocar um vidro qualquer na frente da lente? Isso vale para todos os filtros que você for usar: não adianta ter uma boa objetiva e colocar um filtro de má qualidade na frente.

Existem 3 tipos de filtros ND: sólido, gradual e variável.

SÓLIDO – Ele vai escurecer a imagem de forma homogênea.

GRADUADO – vai escurecer a imagem com um degradê que vai do zero ao máximo e essa passagem pode ser de forma rápida ou lenta.

VARIÁVEL – varia a intensidade que escurece a imagem conforme você gira o filtro.

Eu uso somente o sólido. Porque? O graduado pode ser muito bom para equilibrar a luz do céu com a do chão por exemplo, mas eu prefiro fazer isso usando o filtro graduado do Lightroom. O variável é interessante pois você pode ter um filtro só para diferentes situações mas as vezes pode ser que ele não escureça de forma homogênea a imagem.

Os filtros ND tem diferentes intensidades que são expressas como ND2 (passa metade da luz), ND 4 (passa um quarto da luz) e assim por diante. Os mais usados são o ND64 (reduz 6 pontos de luz) e o ND1024 (reduz 10 pontos de luz), também conhecidos como little stopper e big stopper. Dependendo do fabricante muda a forma como os filtros são especificados. Para um fim de tarde o little stopper é suficiente mas se você for fotografar num local com muita luz vai precisar do big stopper.

Se você ainda não possuir um filtro ND pode usar um polarizador regulado para o máximo de densidade. Isso vai reduzir a luz em dois pontos e já vai ajudar a baixar o tempo de exposição. Se você for fotografar no crepúsculo com pouca luz talvez nem precise de um filtro.

5 – FOTOMETRIA

Ajustado o tripé, a composição, o foco, colocado o filtro, vamos a fotometria, ou seja, a medição da luz. Coloque no modo manual e feche o diafragma até f11 por exemplo. Ajuste a velocidade até zerar o fotômetro. Se estiver dando mais de um segundo já vai dar um efeito legal, mas quanto mais longo o tempo de exposição maior o efeito. Sempre bom fazer vários testes e ver a diferença entre diferentes exposições. Eu costumo usar 30 segundos na maioria das vezes pois é a mais baixa velocidade que minha câmera tem. Se eu quiser fazer uma exposição mais longa vou ter que usar B (bulb) e medir um tempo com um cronômetro.

6 – CLIC

Alguns cuidados na hora do clic:

  • use um cabo disparador ou um controle remoto, pois se você apertar o botão seu dedo vai fazer a câmera tremer. Se você não tem esse acessório também pode usar o timer da câmera ou a função retardo de disparo.
  • Use a função mirror up. Como funciona? No primeiro clic o espelho levanta e no segundo clic a cortina abre. Isso porque quando o espelho levanta ele produz uma vibração na câmera.
  • Se tiver luz por traz da câmera melhor fechar a ocular para evitar entrada de luz por ali.
  • Se tiver muito vento você pode pendurar sua mochila ou outro peso no tripé para estabilizar.
  • Tenha à mão baterias extras pois as longas exposições consomem bastante energia.

7 – DEPOIS DO CLIC

Depois de feita a fotografia confira dando um zoom no visor pra ver se não ficou tremida.

Experimente diferentes assuntos, diferentes exposições, diferentes ângulos e composições. Coloque um assunto em movimento em diferentes planos. Você pode obter resultados surpreendentes e originais. As fotografias de longa exposição vão mostrar uma imagem que o nosso olho não vê. A passagem do tempo introduz uma quarta dimensão a sua fotografia. Você pode também usar um light painting durante a exposição mas isso é o tema do nosso próximo artigo. Boas fotos!

Zé Paiva fotografando na Lagoa dos Patos, Tavares, RS.

Feira Arte Foto 2020

Aconteceu de 9 de outubro a 9 de novembro a 5ª edição da Feira Arte Foto, uma realização do NEFA, Núcleo de Estudos em Fotografia e Arte , em parceria com a Helena Fretta Galeria de Arte, em Florianópolis. A feira reuniu 34 artistas com as mais diversas linguagens: desde fotografia documental até foto-objetos, interferências com pintura e experimentações. A Feira Arte Foto teve a curadoria de Lucila Horn, que também coordena o NEFA.

A feira deste ano foi um pouco diferente das anteriores devido a pandemia do novo corona vírus. Não teve uma abertura formal, com público e coquetel. Por outro lado teve um catálogo digital que pode ser acessado por este link, e várias conversas online, debatendo fotografia autoral com diversos convidados.

Havia muitos trabalhos interessantes na exposição, mas um dos que mais me impactou foi a série Surreal Landscapes, da artista Ana Sabiá. Nesta série a artista fotografou detalhes dos jardins de Inhotim, o famoso centro cultural em Brumadinho MG, e alterou as cores dando um efeito surpreendente. Tive a honra de participar da mostra com 3 obras da série Poética do Mar que estão venda na Galeria Helena Fretta.

Expedição Fotográfica Galápagos 2021

Situado no Oceano Pacífico, a 928 km da costa do Equador, este arquipélago formado por 58 ilhas e a reserva marinha ao seu redor pode ser chamado de um laboratório vivo da evolução das espécies! 

Localizado na confluência de três correntes marinhas, Galápagos é um “caldeirão” de espécies marinhas e terrestres.

Os processos vulcânicos que formaram as ilhas, junto com o isolamento das mesmas, levaram ao desenvolvimento de uma vida animal nada usual – como a iguana marinha, o pinguim-de-galápagos e a tartaruga gigante, por exemplo – que inspiraram a famosa teoria da evolução das espécies, de Sir Charles Darwin, depois de sua visita em 1835.

Mas isso é só o começo! Galápagos é um dos lugares com o maior nível de endemismo no planeta (espécies não encontradas em nenhum outro lugar da Terra). Aproximadamente 80% das aves terrestres e 97% dos répteis e mamíferos terrestres são endêmicos. Os animais são tão mansos que a direção do parque teve que criar uma regra que proíbe as pessoas de chegarem a menos de 2 metros de distância.

Por tudo isso 97% da superfícies das ilhas (7.970 km²) foram declarados Parque Nacional em 1959. Em 1978 Galápagos foi declarada patrimônio da humanidade pela UNESCO. A Reserva Marinha de Galápagos, que foi criada em 1986, circunda todas as ilhas e tem hoje 133.000 km², sendo uma das maiores do mundo (mais de três vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro). Somente 5 ilhas são habitadas: Santa Cruz, San Cristóbal, Isabela, Floreana e Baltra, onde vivem cerca de 30 mil pessoas no total.

Saiba mais sobre o Parque Nacional de Galápagos:

Roteiro detalhado – 4 à 8 de junho de 2021

1º dia – 4 de junho – sexta-feira

Chegada em Puerto Baquerizo Moreno na Ilha San Cristóbal. Esta cidade, com cerca de 6 mil habitantes, é a capital do arquipélago. Ao lado do porto existe uma colônia de leões-marinhos e é comum vê-los deitados em bancos no centro da cidade. Ao longo do porto também pode-se ver gaivotas, fragatas, garças e algumas outras aves.

12h – Encontro no Hotel Playa Mann.
14h – Roda de conversa
15h – Saída para Loberia, uma bela praia próxima da cidade. Um bom lugar para observar uma colônia de leões marinhos. Esta caminhada vai tomar aproximadamente 10 minutos.
17h – Retorno ao hotel para fotografar o entardecer na Playa Mann.
19h30 – Jantar e roda de conversa.

Incluídos: almoço leve, jantar, transporte para o passeio, guia naturalista bilíngue.

Não está incluído: transfer do aeroporto ao hotel.

2º dia – 5 de junho – sábado

7h – Café da manhã
8h – Um transporte privado irá nos levar até as montanhas de San Cristóbal. A primeira visita será a um pequeno lago chamado El Junco, que fica dentro de uma antiga cratera vulcânica, numa altitude de 700 metros. É o único lago em Galápagos com água doce. Deste ponto teremos uma vista da maior parte da ilha. Lá poderemos encontrar o San Cristóbal mockingbird (um parente do nosso sabiá-do-campo), ave endêmica da Ilha de San Cristóbal, assim como muitos tesourões e outras aves. Este é um dos pouco lugares onde vamos ver fragatas banhando-se.

Continuaremos até a Galapaguera, um programa de reprodução de tartarugas gigantes estabelecido pelo Parque Nacional em 2003, onde elas vivem em um habitat semi natural. Neste local iremos aprender sobre sua origem, evolução e ameaças.

Nosso passeio vai terminar em Puerto Chino, uma praia de areia branca e águas cristalinas. Nesta praia podemos fazer snorkeling ou fotografar aves alimentando-se.

12h – O almoço será servido num restaurante de fazenda nas montanhas.
14h – Retorno ao hotel.
15h – A tarde iremos fazer uma trilha que começa num Centro de Interpretação Ambiental perto do hotel e segue até o Cerro Tijeretas. É uma caminhada leve (2,8 km ida e volta), que atravessa uma área preservada. Ao longo da trilha poderemos ver diversas espécies de aves, inclusive os famosos tentilhões-de-darwin. A trilha dá acesso à pequena Praia Carola, a uma estátua de Darwin e um antigo canhão, terminando em um mirante de onde é possível ver muitas fragatas (tijeretas em espanhol) e admirar um belo por do sol. Mais tarde voltamos ao hotel em Puerto Baquerizo.
19h30 – Jantar e roda de conversa.

Incluídos: café da manhã, almoço, jantar, transporte privado e guia naturalista bilíngue.

3º – 6 de junho – Domingo

6h – Café da manhã.
7h – Transfer da Ilha San Cristóbal para Ilha Santa Cruz (Puerto Ayora). Este transfer será feito em barco rápido com duração de aproximadamente 2,5 horas.
9h30 – Na chegada em Puerto Ayora um transporte privado nos levará até “Galápagos Magic Camp” onde ficaremos hospedados os próximos dias. Este é um alojamento instalado em uma reserva privada nas montanhas de Santa Cruz em meio a natureza. É usual encontrar-se tartarugas gigantes nos campos ao redor. Depois do check in haverá tempo para explorar esta área natural.

12h – Almoço
14h – Transfer para Puerto Ayora (40 minutos aproximadamente)
15h – Faremos uma caminhada de aproximadamente uma hora até Tortuga Bay (cerca de 6 km ida e volta) por um caminho calçado. No caminho podemos encontrar iguanas, papa-moscas, tentilhões e outras aves migratórias. Tortuga Bay é uma das maiores praias de areia branca de Galápagos. Lá poderemos ver muitas iguanas marinhas, animal endêmico de Galápagos. Snorkeling e kayaking são boas opções devido a suas águas calmas. Retornaremos caminhando para Puerto Ayora.
17h – No final da tarde iremos a Laguna de las Ninfas, uma bela lagoa azul cercada por manguezal. Após, transfer para Galápagos Magic e jantar.
19h30 – Jantar e roda de conversa.

Incluído: café da manhã, almoço, jantar e guia naturalista.


4º dia – 7 de junho – Segunda feira

7h – Café da manhã
8h – Neste dia faremos uma excursão compartilhada para Seymour Norte, uma das pequenas ilhas desabitadas do arquipélago. Esta excursão vai durar o dia todo e teremos um guia naturalista exclusivo para o nosso grupo. Depois de um transfer até o canal tomaremos um barco até a ilha. O almoço será servido a bordo.

Seymour Norte é um dos mais importantes locais para observação da avifauna de Galápagos. Lá poderemos observar e fotografar colônias de duas espécies de fragatas e dos patolas-de-pés-azuis (que nessa época deve estar fazendo sua dança ritual de acasalamento). Além disso poderemos também avistar leões-marinhos, iguanas-marinhas e terrestres, gaivotas-do-rabo-de-andorinha, garças-azuis-grandes e garças-da-lava, entre outros animais. Na margem sul da ilha poderemos ver uma floresta de Palo Santo, uma árvore aromática que lembra o sândalo. A tarde retornamos para Galápagos Magic.
19h30 – Jantar e roda de conversa.

Incluídos: café da manhã, almoço, jantar e guia naturalista.

5º dia – 8 de junho – Terça feira

7h – Café da manhã
8h – Depois do café da manhã nosso motorista e o guia vão nos levar do Galápagos Magic até o aeroporto (transfer de aproximadamente 2 horas).

Incluídos: café da manhã e transfer.


O que está incluído:

  • Orientação fotográfica de Zé Paiva;
  • Guia naturalista bilíngue (espanhol e inglês);
  • Excursões como descritas no roteiro;
  • Transporte para todas as excursões descritas no roteiro;
  • 4 noites de hospedagem nos hotéis em Galápagos;
  • Refeições em Galápagos conforme descrito no roteiro;
  • Ingala TCT card (cartão de controle de trânsito).
  • Seguro de viagem Intermac (veja os detalhes de cobertura aqui)

O que não está incluído:

  • Passagens aéreas e transfer de chegada em Galápagos;
  • Gorjetas, bebidas e telefonemas;
  • Seguros e demais serviços não mencionados;
  • Taxa de entrada em Galápagos de USD 50 / pessoa.

Obs.:Situação do COVID no momento:

– Para Brasileiros entrarem no Equador: devem mostrar o resultado de um teste negativo do exame PCR Covid 19 que tenha sido feito em menos de 10 dias antes da chegada no Equador.

– Para entrar em Galápagos: é necessário mostrar um teste negativo do exame PCR COVID 19 que tenha sido feito dentro de 96 horas após a chegada ao Equador.

Então caso brasileiros prefiram chegar uns dias antes, será necessário fazer outro teste PCR no Equador. O resultado sai em 24 horas, e não é necessário nenhuma quarentena. O preço é de USD 80, e o teste deve ser agendado com 1 semana de antecedência. O resultado do teste deve ser enviado pelo laboratório que testou para: pruebapcrquito@gobiernogalapagos.gob.ec , ou caso o viajante chegue por Guayaquil: pruebapcrguayaquil@gobiernogalapagos.gob.ec .

Portanto se possível recomendamos que os viajantes deixem para viajar pelo Equador depois que voltarem de Galápagos, assim não será necessário fazer o teste no Equador, já que passageiros chegando de Galápagos não precisam de teste PCR para viajar pelo Equador.

Ruud Luijten by Unsplash.

Inscrições:

Total por pessoa em quarto duplo: USD 2.621,00 à vista ou parcelado no depósito bancário sem juros a partir da data de inscrição (câmbio do dia do primeiro pagamento). A última parcela deve estar paga até 17/02/2021;

Total por pessoa em quarto individual: USD 2.758,00 à vista ou parcelado no depósito bancário sem juros a partir da data de inscrição (câmbio do dia do primeiro pagamento). A última parcela deve estar paga até 17/02/2021;

Pagamento com cartão de crédito via PayPal:

Total por pessoa em quarto duplo: 4 x USD 718,00

Total por pessoa em quarto individual: 4 x USD 755,00

Prazo para inscrições: 17/02/2021

A confirmação da reserva se dará mediante o pagamento conforme a escolha do passageiro e assinatura do contrato que será enviado pela Brazil Trails.

A política de cancelamento desta viagem é a que consta neste contrato.

VAGAS LIMITADAS! Grupo máximo de 12 e mínimo de 6 pessoas.

clique aqui - reserva NOVO-28

Fotógrafo Zé Paiva Trocou a engenharia pela fotografia em 1984 e desde então viaja pelos quatro cantos do mundo criando imagens. É pós graduado em fotografia pela UNIVALI. Já ensinou fotografia na ESPM, UDESC e FURB. Autor dos livros Expedição Natureza Catarina, Natureza Gaúcha e Natureza Tocantins. Suas fotos foram selecionadas para a coleção Pirelli MASP em 2009. Em 2012 recebeu o Prêmio Marc Ferrez da FUNARTE.



Contato:
Renata Asprino
E-mail: renata@braziltrails.com
Telefone: 48 3232 5747
WhatsApp: 48 99127 4558  whatsapp

Realização:
        

Sissial, uma praia deserta

São raras, mas ainda existem praias desertas, por incrível que pareça. Apesar de toda a expansão imobiliária no litoral catarinense, achamos essa praia incrível no município de Governador Celso Ramos.

Uma praia deserta, ou quase (apareceram um ou dois pescadores), onde a floresta atlântica encontra o mar numa simbiose perfeita, adornada por granitos esculpidos pelo tempo. A presença sutil de um rancho de pesca escondido na floresta e uma canoa centenária feita de um tronco só de garapuvu (herança indígena) conferiu um toque de poesia.

Estar num lugar sem construções ou pessoas proporciona a indescritível sensação de tomar um “banho” de natureza. As fotografias são apenas uma das muitas possíveis interpretações na tentativa de compartilhar essa experiência.

Família Renz

A convite da Mútua – Rede de Reciprocidade fui conhecer a propriedade agroecológica da Família Renz, em Cerro Grande do Sul. O dia não podia ser mais lindo, aquela luz de inverno, baixa e quente. A hospitalidade da família também não podia ser maior, mesmo em meio a pandemia nos receberam, sem abraços e beijos, mas com o calor dos olhares e os sorrisos por trás das máscaras.

A história da família na agroecologia tem 5 anos e foi deflagrada a partir de um câncer da Laura, esposa do Carlos. A partir daí eles decidiram abandonar o uso dos venenos na agricultura que praticavam pois, além de prejudicar os que ingeriam os alimentos, tinha causado a doença. No vídeo abaixo Carlos conta um pouco dessa história de vida emocionante.

Primavera nos olhos

Foto de Gregory Colbert do projeto “Ashes and Snow”.

Já que estamos em quarentena e provavelmente ainda vamos ficar um bom tempo, vou dar aqui sugestões de filmes que tem em comum a fotografia: alguns são sobre fotógrafos e outros feitos por fotógrafos. Essa é a minha seleção, espero que gostem!

1. Ashes and Snow (2005)

A primeira sugestão é o trabalho de um fotógrafo canadense incrível chamado Gregory Colbert. Este projeto é um estudo de sua autoria sobre o relacionamento entre humanos e animais num formato que ele chama de documentário poético. Vale a pena entrar em seu site clicando aqui para saber mais sobre seu trabalho. Infelizmente, o filme completo não está disponível na internet, mas no seu canal no Vimeo pode-se assistir a vários curtas do projeto. Abaixo, um deles:

2. Tales by Light (2015)

Esta é uma ótima série que pode ser conferida na Netflix. São 3 temporadas, em que cada episódio aborda um fotógrafo diferente. Recomendo especialmente os dois episódios sobre o mestre Art Wolf.

Aliás, tenho aqui uma dica extra! Art Wolf tem uma série muito legal que se chama “Travels to the Edge”. Você pode dar uma espiada no site https://travelstotheedge.com/.

3. Nosso Planeta (2019)

Outra excelente série disponível na Neftlix. Tem 8 episódios e foi realizada pela mesma equipe que fez “Planet Earth” para a BBC. A fotografia é espetacular e a narração é de, ninguém mais, ninguém menos do que Sir David Attemborough.

4. O Sal da Terra (2014)

Agora a dica é de um brasileiro: o grande Sebastião Salgado. Esse documentário foi dirigido pelo cineasta alemão Win Wenders junto com o filho de Salgado, Juliano. O filme conta a história desse que é um dos mais importantes fotógrafos da atualidade, mesclando fotografias e depoimentos

https://youtu.be/pG3YLpZKomE

5. A Pele (2006)

Filme dirigido por Steven Shainberg e com Nicole Kidman no papel principal. A obra conta a história de Diane Arbus, uma dedicada mãe e esposa de um fotógrafo que ao conhecer um vizinho peculiar, resolve desenvolver o seu próprio trabalho fotográfico e torna-se uma das mais importantes artistas do século XX.

6. Lixo Extraordinário (2010)

Excelente documentário de Lucy Walker sobre o trabalho que o artista brasileiro Vik Muniz desenvolveu (usando, entre outras técnicas, a fotografia) no Jardim Gramacho, na época, o maior “lixão” da América Latina.

7. A Vida Secreta de Walter Mitty (2013)

Por último, para relaxar um pouco, esta pérola dirigida e estrelada por Ben Stiller. O filme conta a história de um tímido funcionário do arquivo de fotografias da revista Life que não consegue encontrar um importante negativo fotográfico. A busca pelo negativo leva-o a viver aventuras incríveis mundo afora atrás de um importante fotógrafo, responsável pela fotografia sumida.

Se você não tiver algum desses filmes ou séries disponíveis em seu aplicativo de streaming, pode descobrir outros lugares para assisti-los com a ajuda do site https://www.justwatch.com/

Espero que com estes filmes você veja a primavera mesmo que estejamos no outono, pois é o nosso olhar que cria a realidade! Carpe diem!

Quarentena contemplativa

Passei os primeiros 40 dias da quarentena (literalmente) em Viamão, no Rio Grande do Sul, no centro budista CEBB Caminho do Meio. Lá, tive a oportunidade de acompanhar o trabalho da Mútua Rede de Reciprocidade. A Mútua começou com projetos de educação ambiental nas escolas de Porto Alegre, introduzindo o conceito de alimentação saudável através de hortas e feiras agroecológicas. Aos poucos, começou a entregar cestas de orgânicos em casa e agora, com a quarentena, viu as entregas crescerem vertiginosamente.

Claro que, em parte, o motivo é as pessoas não quererem sair de casa. Mas acho que o desejo de uma alimentação mais saudável também deve ter sido um fator importante. Em tempos de pandemia, a imunidade é uma preocupação.

Isso me fez refletir sobre as mudanças que estamos vivendo. O fato de ficarmos mais em casa, talvez esteja fazendo muitas pessoas refletirem sobre suas vidas e sobre os caminhos que a humanidade está tomando. O reflexo disso começou em pequenas ações, como cartazes nos prédios de pessoas se oferecendo para fazer compras para os seus vizinhos idosos. Agora, tenho visto reflexos em maior escala.

Na visão budista podemos ver os obstáculos como oportunidades.

Um exemplo vem da Holanda, onde um grupo de 170 acadêmicos propõe uma política de decrescimento baseada em 5 pontos: adotar um modelo econômico que não seja baseado no PIB, redistribuição de renda, agroecologia, redução de consumo e cancelamento de dívidas. Veja mais detalhes aqui.

Outro exemplo interessante vem da França, que está criando um fundo de 20 milhões de euros para dar 50 euros a cada pessoa que queira consertar sua bicicleta, além de criar mais ciclofaixas e ciclovias. Eles estão pensando na saúde dos cidadãos, pois assim farão exercício enquanto se locomovem, diminui a aglomeração nos metrôs e também como uma forma de diminuir a poluição na cidade. Veja mais aqui.

Na visão budista podemos ver os obstáculos como oportunidades. Talvez essa pandemia seja uma grande oportunidade de repensarmos todos nossos valores como sociedade e assim construir um futuro mais verde para todos.

Do jardim ao poder

Podem me chamar de otimista incorrigível, mas sempre consigo ver o lado positivo de tudo. Mesmo nestes tempos de pandemia, em que estamos confinados, em quarentena, e muitas pessoas podem morrer, podemos ver coisas positivas. A solidariedade e a compaixão está brotando naturalmente em muitas pessoas que estão ajudando as outras neste momento delicado.

Também pode ser um momento para pararmos um pouco com a correria do dia-a-dia e refletirmos sobre a vida, tanto a nível pessoal quanto a nível planetário. Para onde estamos indo? Será este o melhor caminho para nós e para o planeta? Neste sentido vou sugerir alguns livros e filmes que podem ajudar nessa reflexão.

FILMES

A primeira sugestão é um filme chamado “Human” do grande cineasta e fotógrafo Yann Arthus-Bertrand .

Bertrand ficou conhecido primeiramente pelo seu trabalho com fotografia aérea, sendo que seu projeto mais famoso resultou no livro “The Earth from the Air” (A Terra vista do Céu). Este projeto foi patrocinado pela UNESCO e vendeu 4,2 milhões de cópias em 27 idiomas. Esta obra teve como objetivo mostrar a situação da Terra a partir da Eco 92 no Rio de Janeiro.

Depois disso ele fundou a ONG ambientalista Fondation Good Planet e, através dela, produziu um filme chamado “Home”, com imagens aéreas e narração de Jodie Foster. O filme conta de maneira magistral a história do planeta Terra e sua situação hoje em dia.

LIVROS

Agora vamos às sugestões de livros. O primeiro é de autoria da escritora alemã Andrea Wulf sobre a vida e obra de Alexander Von Humboldt, um naturalista que viveu entre os séculos XVIII e XIX e influenciou várias gerações de cientistas e ambientalistas. Ele nasceu na Alemanha e fez duas grandes expedições durante sua vida: a primeira pela América e a segunda pela Rússia. Com o fruto dessas viagens ele escreveu várias obras que serviram de inspiração para Darwin, Júlio Verne e Simon Bolivar, entre outros.

Ele pode ser considerado um dos primeiros ecologistas do mundo, pois naquela época já havia se dado conta que toda a natureza do planeta está interligada. Ele costumava dizer que os naturalistas do seu tempo estavam mais interessados em catalogar espécies, enquanto ele estava mais preocupado com as relações entre os seres vivos. Foi um visionário que anteviu muitos problemas ambientais que temos hoje. O livro tem 592 páginas, mas está escrito de forma fluida que prende o leitor do início ao fim.

Outro livro que gostaria de sugerir é de um dos mais importante ambientalistas brasileiros do século XX: José Lutzenberger. O livro se chama “Manual de Ecologia – do jardim ao poder”. “Lutz”, como era conhecido, foi um precursor do ambientalismo no Brasil. Ele foi o fundador da primeira ONG ambientalista do Rio Grande do Sul, a AGAPAN. Neste livro de 1992 ele discute a (possível) harmonia entre o progresso e a natureza.

Espero que vocês curtam as sugestões. Me digam depois o que acharam. Bons livros e filmes são uma ótima fonte de inspiração para mudar a si mesmo e ao mundo. Como dizia Gandhi: “Seja a mudança que você ver no mundo”.

Filhos de Sepé

A agricultura convencional baseada em agrotóxicos e insumos químicos domina o mundo. Em 2013, a média de consumo no Brasil foi de 7,6 litros de veneno/pessoa/ano, segundo a ABRASCO*. A agricultura orgânica (predominantemente familiar) ocupa apenas 940 mil hectares das terras no Brasil, enquanto a agricultura convencional usa 240 milhões de hectares. No entanto o Brasil é o país onde a agricultura orgânica mais cresce no mundo: 30% ao ano!

Sementes crioulas do seu Tisott no Assentamento Filhos de Sepé, Viamão, Rio Grande do Sul.

No final de fevereiro tive a alegria de visitar três produtores agroecológicos no assentamento do MST Filhos de Sepé, em Viamão RS. Este assentamento foi criado em 1998 numa área de 9.450 hectares que abriga 376 famílias. Esta área fica dentro da APA (área de proteção ambiental) Banhado Grande, com 133.000 hectares.  Dentro do assentamento, foi criada pela SEMA (Secretaria do Meio Ambiente do RS), em 2002, uma unidade de conservação chamada Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, com 2.543 hectares. Ali, além de habitarem várias espécies de aves e o jacaré-do-papo-amarelo, é a única região do Rio Grande do Sul onde ainda encontra-se o cervo-do-pantanal.*

Na primeira visita fomos à um mutirão para a colheita artesanal de arroz negro orgânico, na propriedade de Huli Zang. O MST no Rio Grande do Sul é hoje em dia o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, sendo que o assentamento Filhos de Sepé é a maior área contínua de plantio de arroz orgânico. Nas outras duas visitas, estivemos nas propriedades do seu Tisott e da dona Nilza, que cultivam várias espécies de plantas.

Nestas visitas, aprendemos que a agricultura agroecológica não é apenas um sistema que não usa venenos nem insumos químicos. Na verdade, é um estilo de vida, no qual o agricultor vive e produz em harmonia com a natureza. Apoiar a agroecologia, consumindo sua produção através das feiras ecológicas e outras iniciativas, pode ser um caminho não só para melhorar nossa saúde, mas também para construir um novo modelo de economia e de sociedade mais justa e ecológica.

*Fonte:  Dissertação de mestrado de Ricardo Diel – Gerenciamento de recursos hídricos: um estudo de caso no assentamento Filhos de Sepé – UFSC 2011

Fotografia fine art

Loja da Florense Móveis em Florianópolis SC

Fotografia fine art ainda é um termo pouco conhecido de boa parte do público que aprecia arte no Brasil mas que aos poucos está criando o seu mercado. Um dos pioneiros deste tipo de fotografia foi Alfred Stieglitz, que juntamente com outro grande fotógrafo americano chamado Edward Steichen, fundou a primeira galeria de fotografia nos Estados Unidos, a 291, em Nova Iorque. Criada em 1905 com o nome de Little Galleries of the Photo-Secession, mudou o nome para 291 em 1908 e durou até 1917. O objetivo principal deles era elevar a fotografia ao nível da arte, pois na época não era considerada assim.

Edward Steichen foi depois diretor no MoMA, o Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque, onde, em 1955, organizou a primeira grande exposição de fotografia desta casa: The Family of Man. Depois disso vários fotógrafos americanos tiveram sucesso vendendo seu trabalho como arte, entre eles os conhecidos Ansel Adams e Edward Weston. Por este motivo hoje em dia os Estados Unidos tem uma cultura em torno da fotografia fine art, como galerias especializadas, exposições em museus e consequentemente todo um mercado em torno disso.

No Brasil ainda é muito recente a valorização da fotografia como fine art. Já existem algumas galerias especializadas em São Paulo e outras capitais, e outras galerias que vendem fotografias entre outras obras de arte. Mas afinal o que seria fotografia fine art? Basicamente é a fotografia tratada como obra de arte. Para isso deve ter um conteúdo autoral, ou seja, não ter um objetivo puramente comercial ou informativo (o que é um pouco vago e poderia ser assunto para outro artigo). Além disso normalmente as fotografias fine art são impressas e emolduradas seguindo padrões museológicos para possam durar mais de 100 anos. Na maioria das vezes são impressas em papel 100% algodão com Ph neutro e pigmentos minerais. Além disso as obras são assinadas e ganham um certificado de autenticidade que atesta quem é o autor, o impressor, a data e outras informações.

Há alguns anos já venho me dedicando a este mercado e hoje em dia vendo obras para decorar ambientes residenciais e comerciais. Recentemente tive a alegria de ter duas obras vendidas (uma delas da série O Somsilêncio da Imagem) para o novo showroom da Florense em Florianópolis. A loja foi toda redesenhada pelo renomado designer Aldi Flosi e ganhou ares de instalação de arte, tamanha a qualidade do projeto conceitual. Em 2019 também tive três obras adquiridas pela CEOF – clínica de oncologia em Florianópolis – através da galeria Helena Fretta. Esse é outro espaço que parece uma galeria, pois o proprietário é um dos maiores colecionadores de arte de Santa Catarina e expõe no local muitas de suas obras.